Za!
Pachinko Plex

| Junho 6, 2018 10:56 pm


Pachinko Plex // Gandula/Lovers and Lollipops // abril de 2018
7.5/10

Oriundos de Barcelona, o duo irrequieto Za! lança o seu sétimo álbum de originais, de seu nome Pachinko Plex, em que demonstram uma sonoridade bastante dispersa no bom sentido. Como seria de esperar de qualquer banda de math-rock que se preze, os catalães demonstram uma apreciação pela arte de “moldar” som para criar cacofonia bizarra e indomável, rematada com um trabalho rítmico pouco ou nada ortodoxo, além do particular caso de contarem com influências de world music e electrónica, por exemplo.

Neste trabalho em particular, os Za! decidiram optar por dar descanso às guitarras e dar especial primazia a elementos mais incomuns em prol de um resultado mais experimental. O registo começa com “Ochate Zi Ô”, que possui uma energia inegavelmente upbeat graças ao uso do mbila (variante do xilofone oriundo de Moçambique), com os seus loops a contagiarem o ouvinte com essa mesma energia e a determinar o ambiente geral para o resto do álbum. Após um interlúdio breve na forma de “Ochate Kie”, “Test d’Estrès” demonstra o lado mais espalhafatoso, em que se brinca com texturas eletrónicas de natureza glitchy, um motif que se mantém noutro interlúdio, “Pachinko: Las Monedas”.




A seguir vem “Pachinko: Riff Madre”, que aposta demasiado no buildup, e como consequência começa assim a meio-gás, mas melhorando gradualmente, deixando o ouvinte na expectativa. Além disso, os sons usados são reminiscentes dos antigos videojogos de arcada, algo que se mantém na faixa seguinte “Avances 1 2 3”, que é pura e simplesmente uma trip frenética. Depois vem “Maningue Nais”, que demonstra ser outra faixa memorável, com a sua investida conjunta de trompete, electrónica e percussão tribal, depois seguido de uma espécie de continuação redux em “Maningue Nais: Maputo Plex”. “Solo Chezz”, por seu lado, demonstra uma faceta mais smooth, dando um contraste mais jazzy à parte mais agitada do alinhamento, tornando-se noutro highlight. “Pachinko: Tramuntana” fecha o álbum com revisita dos vários sons tocados ao longo do registo e revelando ser um fim sólido do álbum.

Em conclusão, este é um registo bastante aprazível, com energia e variedade suficientes para agitar até os mais duros de ouvido. Tem uns momentos em que descamba um bocado durante uma ou outra faixa, mas isso acaba por não ser muito grave, sendo um registo que faz recordar bandas como os Hella sem deixar de revelar uma identidade própria. Pachinko Plex fica assim recomendado para aqueles que queiram ter um serão bem passado, seja para abanar o capacete ou para uma sessão sonora regular.

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