Reportagem: Plastic People [Sabotage Club, Lisboa]
Reportagem: Plastic People [Sabotage Club, Lisboa]
Novembro 29, 2018 9:03 pm
| Reportagem: Plastic People [Sabotage Club, Lisboa]
Novembro 29, 2018 9:03 pm
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João Cordas ©
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São os Plastic People e o seu disco de estreia Visions, um dos pretextos de uma descida ao Cais do Sodré no último sábado de Novembro, no Sabotage. Corajosa esta banda portuguesa, de Alcobaça, que em noite de grande movimentação sónica na capital (Super Bock em Stock e, de entre outros, Wire), arrisca um concerto. E… entramos a “medo” do que vamos encontrar a nível de audiência.
E se com efeito as condições climatéricas não eram as melhores com um fim de semana com chuva, e como referi, muitos eventos a decorrer em simultâneo, apesar da concorrência, sentiu-se desde logo um ambiente de confiança no espaço, embora inicialmente quando cheguei só pouco mais de uma dezena de pessoas habitava a pista e o bar do Sabotage. Pela meia-noite já o clube se encontrava bem mais composto no seu interior e apesar do atraso, não foi com pouca energia que estes Plastic People iniciaram o concerto e a entrega. Eram seis músicos em palco e apesar disso, no meio dos amplificadores e dos teclados, encontraram cada um o seu espaço numa interacção cúmplice, contagiando desde logo o público que parecia conhecer muito bem as canções do disco de estreia da banda.
E foram essas canções que foram tocadas na íntegra, com intensa energia, de um som equilibrado e apoiado pela secção rítmica (bateria e um baixo dedilhado com mestria e concentração), e por João Gonçalo, que a pouco e pouco se foi revelando um show man ou frontman mais comunicativo com a audiência, mantendo com o guitarrista André Frutuoso uma animada dança ao ritmo contagiante das canções. O feedback das guitarras, os teclados e a bateria pulsante, nunca abrandaram por um minuto que fosse.
“Riding High On Acid”, foi tocada uma segunda vez no final do concerto, tal como “Running”, opostas na sua construção melódica mas todas elas canções com igual desejo de fazer sentir um imaginário juvenil indie cheio de refrões daqueles que “ficam na cabeça”.
Com um disco bastante recomendável, melódico, de guitarras e teclas perfeccionistas, notou-se neste concerto um bom entrosamento e ritmos de bateria a elevarem a vontade de dançar. Em uma hora tocaram efusiva e assimetricamente o disco de estreia, com mais uma ou duas canções e tiveram o seu momento de comunhão com o público, que reagiu de forma enfática e demonstrativa à entrega destes músicos em palco. Espero ver mais deste colectivo, que não se percam no limitado meio indie nacional e mantenham a identidade e sobretudo continuem a construir boas canções.
Podem ouvir o disco de estreia aqui:
Texto: Lucinda Sebastião
*A foto apresentada neste artigo é relativa à apresentação de Visions no Clinic, Alcobaça, que se realizou a 12 de outubro.