Quatro anos depois dos primeiros passos, e num período que serviu para maturação e refinamento da sonoridade, os Bring Her regressaram este ano para mudar o ponto de vista que afirmaram no primeiro EP. Apresentado através do tema “Curses Not Promises”, logo no primeiro mês do ano, em janeiro, Bring Her aportava ali um daqueles singles prontos para incendiar das pistas de dança mais arrojadas e alternativas, além de abrir o apetite para se descobrir mais sobre esta dupla sediada em Pittsburgh, Pennsylvania. Com o álbum lançado em março, a eletrónica dançante e de cariz dark que já tínhamos escutado no primeiro tema de avanço passou a ser sentida ao longo da reprodução dos nove temas incluídos em Bring Her. O resultado: um som hipnótico, poderoso e altamente cativante.
“Cold Moon”, o tema que dá seguimento a “Curses Not Promises” vem denotar esta característica intensa na sonoridade da dupla: um single meio cru, meio sedutor e muito envolvente que facilmente nos teletransporta até à garagem “dark, oh dark” dos Bring Her. Segue-se “Arms In This Circle” e a amostra de que Nicole certamente deverá ser um animal de palco ao vivo! A sua voz completamente preponderante, juntamente com as guitarras abrasivas de Marcus e todo um ritmo aditivo facilmente entram no ouvido fazendo, de quem escuta, um autêntico submisso perante esta experiência auditiva. Já em “Choose Me Move Me” a banda projeta-nos para os campos sonoros de nomes como Second Still, especialmente ao nível das guitarras.
O tema que mais se destoa neste álbum é sem dúvida “Held By No One +”, uma malha de techno completamente fora das ambiências exploradas anteriormente. E se em “Flesh In Line” o baixo e os vocais hipnóticos são colocados no máximo, em “Eleventh Hour”, Nicole mostra um toque muito pessoal ao arrastar as notas finais de certas palavras até um pitch bastante elevado. Depois de “Unholy Awake” os Bring Her despedem-se com “Osiris Temple ++”, um dos grandes temas do disco que, de facto, resume na perfeição um pouco de tudo o que a dupla aborda neste primeiro disco de estúdio.
Num total de nove músicas, que incorporam desde os elementos monocromáticos dos anos 80 às abordagens mais contemporâneas e soturnas dentro do panorama underground da atualidade, os Bring Her apresentam um disco bastante interessante que surpreende logo às primeiras audições. É certo ainda que há ainda algumas arestas por limar, como o esperado para um disco de estreia, mas torna-se claro que os Bring Her estão no caminho certo com este disco homónimo, ao deixarem acesa a vontade de querer saber o que o futuro lhes reserva.