Assim, para a edição de de novembro tivemos a oportunidade de conhecer um pouco melhor Julis Ernst (voz, guitarra, percussão), Anton Funck (baixo, percussão) e Albert Hertz (guitarra, percussão, outros instrumentos) através das suas escolhas musicais. Tirem alguns minutos e aproveitem para conhecer melhor os Josiah Konder através das suas próprias palavras.
Um nome gigante, é claro, mas eu provavelmente já ouvi estes dois álbuns milhares de vezes. Os temas dele têm uma qualidade brilhante e prima. A sua música aproxima as pessoas. É leve e divertida no seu som, mas profundamente enraizada e profunda. Estas qualidades como compositor e intérprete são extremamente raras para mim. A voz dele é honesta e instantaneamente cativa o ouvinte, é quente e curiosa. Ele vem de uma escola de música tão diferente da nossa e de um mundo tão diferente, mas tu sentes que é como se soubesses um pouco disso, através dele.
Fiquei completamente surpreendido em como uma obra experimental de música eletrónica poderia ter uma narrativa tão forte. Tudo neste disco se desenrola ao redor de uma sinergia espiritual, uma abordagem progressiva e inovadora dos sons eletrónicos, juntamente com um monólogo cativante que me atraiu a mim, o ouvinte, a um estado em que tudo o que eu podia fazer era escutar, paralisado, à espera que a próxima onda de som voltasse a atingir-me. Petrola80, a editora que lançou este disco, foi co-fundada pelo baterista dos Josiah Konder, Jens Konrad. O Jens costumava compartilhar histórias interessantes sobre a produção do disco, então senti que tinha uma conexão pessoal com ele. Então, quando finalmente tive o prazer de conhecer Minais B (também conhecido como Villads Klint) pessoalmente, percebi que – com base na minha incrível experiência com este disco – eu tinha muito medo de conhecê-lo. Eu estava simplesmente fascinado!
Fui vê-la (e à sua constelação ao vivo de 4 músicos) em concerto há alguns dias atrás em Copenhaga e fiquei simplesmente hipnotizado com a sua linda, penetrante e inspiradora criatividade e profundidade musical. Fez-me lembrar que a música está sempre à nossa volta o tempo todo e ela canalizou-a para a minha consciência com a sua própria visão precisa. Ela combina instrumentos como flauta, oboé e cordas com arranjos de voz, spoken word, paisagens sonoras sintetizadas e gravações de campo. Algo que se situa entre a eletrónica de vanguarda, os arranjos de voz e a performance artística e contemporânea.
Eu continuo a voltar a este álbum por uma série de razões. Em primeiro lugar, quando eu tinha 13 anos era obcecado pelo John Frusciante. Eu nunca fui um fã de Red Hot Chili Peppers, mas este álbum em particular é um dos que mexeu comigo a um nível espiritual. Do género, parecer um tipo de despertar musical. Tornei-me obcecado com a sua técnica de guitarra e disciplina na abordagem deste instrumento. Durante um certo período na minha vida eu passava mais de 8 horas por dia a tocar as suas músicas na guitarra. Em segundo lugar, sinto-me intrigado com o “som” deste disco. Foi gravado numa máquina digital de oito faixas com recurso à tecnologia antiga Minidisc e, posteriormente, transferido para cassete. Todas as guitarras e a maioria dos instrumentos foram gravados diretamente no dispositivo de mistura sem amplificação adicional, proporcionando à paisagem sonora uma espécie de sensação bruta de “volume máximo”. Tudo, incluindo os vocais, ganha um formato de distorção, tornando-se fortemente comprimido durante as secções graves e transforma-se em algo mais quente e íntimo nas secções mais calmas. A produção, as músicas e as letras – tudo isto tem uma beleza crua e imperfeita também.
Scott Walker é um artista ao qual continuo a voltar e tem sido assim há muito tempo. Há algo realmente fascinante na maneira como ele equilibra uma tradição e a ideia dessa mesma tradição. Eu sinto que este movimento torna-se mais evidente nos seus trabalhos posteriores, mas também está presente nas coisas iniciais. Eu poderia ter escolhido qualquer um dos discos anteriores, mas decidi escolher este, pois acho que ele contém o melhor dos dois mundos.
Há alguns anos atrás deparei-me com este magnífico viajador vocal e fiquei apaixonado desde então. Eu acredito que ele foi um tipo de introdução a exercícios de experimentação de voz, para mim, o que é algo que eu tenho apreciado bastante desde que soube da sua existência. Diasporas foi um dos seus primeiros trabalhos e é assustadoramente bonito e forte.
Se quiserem saber mais sobre os Josiah Konder aproveitem para os seguir através do Facebook ou através do Bandcamp onde podem comprar o seu trabalho.
So for the November edition, we had the opportunity to get to know a little better Julis Ernst (voice, guitar, percussion), Anton Funck (bass, percussion) and Albert Hertz (guitar, percussion, other instruments) through their musical choices. Take some minutes off and get to know Josiah Konder in their own words.
A giant of course, but I have probably listened to these two records thousands of times. His songs have a bright, primal quality. His music brings people together. It is weightless and playful in its sound yet deeply rooted and profound. These qualities as a composer and performer are extremely rare to me. His voice is honest and instantly brings you in, warm and curious. He comes from such a different school of music than us, and such a different world, but you feel like you know it a little, through him.
It blew my mind how an experimental piece of electronic music could have such a strong narrative. Everything on this record plays out with a spiritual synergy, a progressive and innovative approach to electronic sounds along with a captivating monologue that lured me, the listener, into a state where all I could do was to listen, transfixed, waiting for the next wave of sound to come over me. Petrola80, the record label that released this record, was co-founded by Josiah Konder‘s drummer Jens Konrad. Jens would often share interesting anecdotes about the production of the record so I felt I had a personal connection to it. Then, when I finally had the pleasure of meeting Minais B (aka. Villads Klint) in person, I realized that – based on my incredible experience with the record – I was quite afraid of meeting him. I was simply starstruck!
I went to see her (and her live constellation of 4 musicians) in concert a couple of days ago in Copenhagen and was simply mesmerized by her beautiful, sharp and inspiring creativity and musical depth. It reminded me that music is all around us at all times and she funneled that into my consciousness with her own, precise vision. She blends instruments such as flute, oboe, and strings with vocal arrangements, spoken voice, and synthesized/field soundscape. Perfectly caught on the floor between avant-garde electronic, voice arrangements and contemporary performance art.
I keep coming back to this album for a number of reasons. Firstly, 13-year old me was obsessed with John Frusciante. I was never a fan of Red Hot Chili Peppers but this album, in particular, is one that resonated with me on a spiritual level. It felt like some sort of musical awakening. I became obsessed with his guitar technique and disciplined approach to his instrument, For a period of my life, I would spend well over 8 hours a day, tabbing all of his songs on guitar. Secondly, I’m intrigued by the “sound” of it. It was recorded on a digital 8-track using early Minidisc technology and then later transferred to analog tapes. All guitars and most other instruments were recorded directly into the mixer without further amplification providing the soundscape with a sort of raw, “Maxed-out-Volume” feel. Everything, including the vocals, distorts and becomes heavily compressed during loud sections and turns warm and intimate during the more quiet sections. The production, the songs, the lyrics – All of it has a raw, imperfect beauty too.
Scott Walker is an artist I continue to return to and has been so for a long time. There’s something truly mesmerizing in the way he is balancing on a tradition and the quotation of that very tradition. I feel this movement becomes more evident in his later works but is present in the very early stuff as well. I could’ve picked any of the earlier records but decided on this one as I feel it contains the best of both worlds.
Some years ago I stumbled upon this magnificent voice traveler (voice jumper) and has been ever so in love since then. I guess he was some of an introduction to voice experiments for me, which is something I have enjoyed a lot since then. Diasporas was one of his very early works and it is hauntingly beautiful and strong.
If you want to know more about Josiah Konder make sure you follow them on Facebook or Bandcamp page where you can buy their work.