“Glitter Rose Garden” – os jardins reconstruídos de Makoto Kino

| Abril 21, 2020 3:37 pm
Em tempos em que a nossa permanência no exterior se torna numa dúvida, o conceito de jardim ganha novas cores e significados. Francisco Cabreria Celio, sob o seu principal alterego, Makoto Kino, editou no dia 16 de Abril o seu novo álbum, Glitter Rose Garden, uma viagem pelo conceito do próprio enquanto um jardim, sem esquecer o decaimento que se manifesta quando deixamos de o cuidar.

Composto entre 2015 e 2017 e misturado e masterizado entre 2018 e 2020, Glitter Rose Garden combina texturas díspares e pouco familiares em peças harmoniosas. Cada tema funciona como um mantra isolado, sustentado por samples cortadas e retorcidas numa espécie de hipnose por Garden of Delete, capturando a atenção com a manipulação incensurável de vocais e sensibilidade pop que outros grandes nomes da electrónica contemporânea tanto popularizaram, como Laurel Halo, Holly Herndon e Oneohtrix Point Never. Munido de um sintetizador Yamaha DX100, pedais de efeitos, microfones baratos e samples e com inspirações nipónicas e experimentais, Makoto Kino é uma brisa de ar fresco no mundo da pop, desconstruindo-a e reformando-a em algo que brinca com a forma e conteúdo do género sem perder a sua identidade.



Cabreria Celio vai lançar outros álbuns ao longo do ano sob a sua miríade de alter-egos, que o mesmo alberga com Drone Idol, a sua editora pessoal – Makoto Kino é o único que existe enquanto a sua própria entidade, fora de editoras, e, depois de Eternal Loss, editado em 2016, volta a manifestar-se com Glitter Rose Garden, a escutar em baixo. 

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