No ano em que celebra dez anos de atividade, o gnration, situado num antigo quartel da GNR, em Braga, arranca o primeiro trimestre do próximo ano com uma programação multidisciplinar composta por concertos, exposições e residências artísticas.
No campo da música, o programa arranca com um espetáculo audiovisual da artista britânica Kathy Hinde, que transportará a peça Twittering Machines, distinguida pela Ivors Academy com o Prémio Sound Art 2020, para o palco do gnration no dia 13 de janeiro, explorando um novo e duplo sentido do “tweet” com recurso a brinquedos, caixas de música e uma versão em código morse do poema Ode to Nightingale, de John Keat. Uma semana depois, a 20 de janeiro, há encontro em palco entre os bracarenses Mão Morta e o saxofonista português Pedro Sousa.
A 25 de fevereiro, o guitarrista, compositor e investigador eletroacústico italiano Stefano Pilia apresenta-se na Blackbox da sala bracarense com o inglês Adrian Utley, reconhecido pelo seu trabalho nos Portishead, e a italiana Alessandra Novaga para apresentar Spiralis Aurea, o mais recente disco do músico sediado em Bolonha.
Nina Nastasia, autora de um dos mais preciosos registos da folk fabricada em 2022, é o grande destaque do mês de março. Apadrinhada por John Peel, a autora de “A Dog’s Life” traz consigo o novíssimo Riderless Horse, sétimo álbum de carreira que assinala o fim de um silêncio discográfico de doze anos. Produzido por Steve Albini, é o primeiro desde a morte do marido Kennan Gudjonsson, com quem travou uma longa e abusiva relação, amorosa e profissional, documentando a dor e o luto através de doze transformadoras canções. A apresentação em Braga está marcada para o dia 10 de março.
Depois de um concerto, em 2014, que assinalou o fim do projeto Dirty Beaches, Alex Zhang Hungtai regressa a Braga para um espetáculo a solo. Munido de um piano e de um saxofone, o músico do Taiwan, que chegou a residir em Lisboa, apresenta-se no gnration no dia 17 de março. Ainda nesse mês, a 24 de março, os canadianos Owen Pallett e The Hidden Cameras juntam-se numa digressão – que irá passar também por Lisboa, Braga e Viseu – para celebrar o vigésimo aniversário de The Smell of Our Own (2003), obra seminal da cena de Toronto do início do milénio que Pallett descreve como “um momento de celebração nas nossas vidas”.
First Breath After Coma (num encontro em palco com Noiserv), os bracarenses NO!ON (no âmbito da iniciativa trabalho de Casa) e um novo trabalho colaborativo de Mariana Vilanova e Marcelo Reis são outras propostas do roteiro desenhado pelo gnration entre os meses de janeiro e março.
Ainda este mês, o gnration acolhe a sétima edição do OCUPA, mostra de música eletrónica e arte digital que este ano recebe o encontro único entre o produtor britânico Vessel (que compôs recentemente a trilha sonora do filme The Northman, de Robert Eggers), a violinista indiana Rakhi Singh e o quarteto de cordas bracarense Pluris Ensemble, bem como as apresentações ao vivo de Gauche, Coletivo Vandalismo e Clube de Inverno entre os dias 16 e 17 de dezembro.