Goat em entrevista: “As máscaras não têm nenhum significado individual, funcionam mais como uma forma de união”
Goat em entrevista: “As máscaras não têm nenhum significado individual, funcionam mais como uma forma de união”
Agosto 19, 2014 6:45 pm
| Goat em entrevista: “As máscaras não têm nenhum significado individual, funcionam mais como uma forma de união”
Agosto 19, 2014 6:45 pm
| Antes de começar mais uma edição do Festival Paredes de Coura, estivémos à conversa com uma das bandas que se estreia em território nacional a 23 de Agosto, os suecos Goat. Entre rituais de vodoo, definições sonoras, máscaras e material inédito nunca divulgado, os Goat desvendaram pedaços de rosto que sempre quisemos ver descobertos.
Threshold Magazine: Vocês são da Suécia mas têm influências africanas na vossa música. Como é que climas tão diferentes se misturaram tão bem na vossa música? Há musicas em que parece que estamos a caminhar num deserto africano!
Goat: Obrigado, fico feliz por sentirem isso em relação à nossa música! Não tem nada a ver com o clima. É simplesmente por estarmos abertos a todos os géneros de música e de virmos de um sítio onde o pessoal também está aberto a todo o tipo de música há séculos. Eu acho que a própria música em si tem mais semelhanças do que diferenças. Já nos disseram, por exemplo, que a nossa música chamada “Diaribi” é uma melodia tradicional sueca, e na realidade é uma cover de uma música maliana.
TM: Porque é que escolheram o nome Goat (ovelha)? Isso tem algum significado especial no vosso país?
Goat: O nome Goat é muito antigo e tem muitos significados. Um deles é o sacrifício da individualidade.
TM: É um bocado difícil definir a vossa música visto que tem elementos de rock psicadélico, funk, post-punk etc. Como é que vocês a definiriam?
Goat: Porque é que tem que ser definida? Só lhe chamamos ‘World Music‘.
TM: As vossas máscaras têm algum significado? Usam sempre as mesmas ou vão trocando?
Goat: Alguns vão trocando, outros não. As máscaras não têm nenhum significado individual, funcionam mais como uma forma de união.
TM: Acham que os vossos concertos podem ser considerados uma espécie de ritual vodoo?
Goat: Não. Mas um concerto pode muito bem ser visto como um tipo de ritual.
TM: Vocês disseram numa entrevista que alguns de vocês já tocam juntos desde muito cedo e que os Goat representam uma tradição musical que já tem 30-40 anos. É possível encontrar gravações dos antigos membros dos Goat?
Goat: Existem gravações de várias incarnações dos Goat mas a maior parte são jams de várias horas com uma qualidade de som muito má. Não vamos lançar nada disso.
TM: O que podem esperar os fãs relativamente ao vosso álbum novo Commune, com lançamento agendado para Setembro? Vai ser uma mudança face a World Music ou vai ter influências mas de forma evolutiva?
Goat: Eu acho que é parecido com o World Music, mas claro que evoluímos, mesmo que não tenha sido conscientemente. Sentimo-nos muito melhor em estúdio e graças a isso podemos experimentar coisas novas mais à vontade durante o processo de gravação.
TM: Quais as expectativas face a Portugal e ao Festival Paredes de Coura? Acham que vai ser um concerto divertido para o público? E vamos poder ouvir músicas do próximo álbum?
Goat: Espero bem que o público goste! Nunca tocámos em Portugal por isso não sei. Sim, vamos tocar músicas do World Music e do Commune.
TM: Como é que tem sido a vossa tour?
Goat: Tem sido porreira, gostamos muito de tocar ao vivo.
TM: O que é que têm ouvido ultimamente?
Goat: Temos ouvido muito Guelewar, The Kinks e Orchestre Kanaga de Mopti.
TM: Ok! Esperemosque tenham gostado de responder às nossas perguntas.
Goat: Gostámos muito! Muito obrigado!