Entrevista: Peixe:Avião
Entrevista: Peixe:Avião
Entrevista: Peixe:Avião
Durante o Bons Sons tivemos a oportunidade de conversar com José Figueiredo, baixista, e Luís Fernandes, guitarrista, dos Peixe:Avião que, neste momento, estão a preparar o seu quarto álbum de estúdio.
Threshold Magazine (TM) – O que é que acham do Bons Sons?
TM – O que vos inspira para a criação das músicas?
JF – Eu acho que é mais ou menos como as outras pessoas, são coisas da tua vida, coisas da vida de pessoas que conheces, coisas do mundo. Nada de mais.
LF – A forma de compor tem mudado ao longo do tempo, principalmente no ultimo disco, de facto, houve um corte com os anteriores em que compúnhamos não em banda mas a partir de trechos de música, já feitos, que montávamos em estúdio. Basicamente gravávamos antes de tocar as músicas em banda. Agora não, agora compomos os cinco na sala de ensaio.
TM – Com estes trabalhos mais recentes acham que chegaram à sonoridade que sempre pretenderam?
JF – O objectivo e o prazer da coisa é sempre experimentar coisas novas é claro que quanto mais tempo passa mais apurada será a nossa sonoridade, desejavelmente, pelo menos, senão é porque estamos a fazer alguma coisa mal. Mas não, não estávamos à procura desta sonoridade quando começamos, cada álbum que vai passando procuramos uma nova sonoridade. Há alturas de maior corte, como houve entre o homónimo e os anteriores, mas não faz sentido pensar que um dia vamos fazer um álbum e dizer “é este”. Aí acabaria a banda
TM – Quais são vossas influências?
JF – Como banda acho que não, cada um de nós tem influencias diferentes
LF – Ter um modelo a seguir nunca tivemos mas nós todos consumimos muita música e isso influencia-nos, naturalmente. Ninguém está isento de influências. Talvez será por isso que a nossa música vai mudando, vamos ouvindo coisas diferente. Mas nunca tivemos uma banda que disséssemos “esta banda é a nossa banda favorita e vamos fazer como eles”, isso nem é um bom caminho.
TM – Daqui a uns dias vão abrir o palco princiapl de Paredes de Coura para nomes como Legendary Tigerman, Father John Misty e Tame Impala. Estão nervosos com a responsabilidade?
JF – É um privilégio mas acho que não estamos nervosos, pois não? (risos)
LF – A primeira vez que fui a Paredes de Coura foi em ’99 e na altura nem tocava, se calhar, e sempre pensei que gostava de tocar naquele palco, era um sonho de adolescente mas também nunca me preocupei muito com isso, na verdade, e vai ser espectacular mas nenhum de nós está nervoso.
TM – Gostavam de fazer uma tour europeia para promover o próximo album?
JF – Teoricamente acho que sim mas essa questão nem se põe. Mas escrito no papel ou em palavras soa bem.
LF – Se fosse curtinha.
TM – Onde é que o público é mais forte em Portugal?
JF – Não faço ideia. Tem mais a ver com o contexto de cada concerto.
LF – Isso não é uma coisa muito fácil de responder
TM – Onde gostavam mais de tocar?
JF – Em Portugal não sei mas o Olympia de Paris…(risos)
LF – Não sei, em Portugal já tocamos em vários sítios.
JF – Hoje é Bons Sons, quinta-feira é Paredes de Coura.
TM – O que têm ouvido nas ultimas semanas?
JF – Tenho ouvido muito Beach Boys mas isso não é novidade. Não tenho ouvido assim nada de especial. Mas o Luís aposto que sim.
LF – Tenho ouvido o disco de uma norte americana chamada Jessica Pratt, o disco é muito bom. O novo dos Wilco também é um disco fixe assim no contexto “indie” salvo melhor designação. Tenho ouvido bastante Jim O’Rourke.
TM – É tudo, muito obrigado!