Reportagem: The Sunflowers + Cave Story + Boogarins [Maus Hábitos – Porto]

Reportagem: The Sunflowers + Cave Story + Boogarins [Maus Hábitos – Porto]

| Novembro 24, 2015 12:55 am

Reportagem: The Sunflowers + Cave Story + Boogarins [Maus Hábitos – Porto]

| Novembro 24, 2015 12:55 am





Domingo, dia 15, fomos ao Maus Hábitos presenciar uma noite de rock e psicadelismo organizada pela Lovers & Lollypops.

A abrir o evento estiveram os Sunflowers, a dar tudo como sempre. “Mama Kim”, “I’m a Woman, I’m a Man”, “Charlie Don’t Surf” e “Zombie” são algumas das malhas simples, mas eficazes que integraram a setlist do concerto do duo portuense. Ao vivo notam-se imperfeições em certos momentos das músicas, mas nada que não seja compensado pela energia transmitida pela banda, que em duas ou três canções foi acompanhada por um baixista. O espectáculo terminou com uma muito boa versão de “I Wanna Be Your Dog”, durante a qual os papéis se inverteram e Carlos mudou-se para a bateria e Carolina para a guitarra.


Chegou depois a vez dos também portugueses Cave Story. O seu nome deriva de um videojogo, mas a música é completamente diferente da sua banda sonora. Os Cave Story são uma banda de rock onde a secção rítmica toca normalmente frases repetitivas que servem de base para a voz e para os riffs e solos de guitarra. Apesar de terem como canção mais conhecida o (bastante bom) single “Southern Hype”, o maior destaque do concerto foi a última a ser tocada, “Hair”, com a sua linha de baixo viciante e cativante. Seguiu-se o concerto mais esperado da noite, o dos brasileiros Boogarins


Enquanto grande parte das bandas psicadélicas da actualidade se limitam a copiar a sonoridade de artistas melhores e mais famosos, não acrescentando nada de novo ao género, os Boogarins têm um som característico e uma identidade própria. O quarteto apresentou canções de As Plantas que Curam e do mais recente Manual e não desiludiu. Todas as músicas soaram tão bem ou melhor que as suas versões de estúdio. 



As excelentes melodias vocais de “Avalanche” puseram o público a cantar e a abanar a cabeça. As pausas em “Tempo” tornaram-se mais longas e os seus finais ainda mais satisfatórios do que na versão original, com o som dos acordes a saber cada vez melhor de todas as vezes que se voltava a ouvir. “Lucifernandis”, uma das melhores e mais viciantes canções do álbum de estreia, fez o público recuar no tempo e regressar a 2013, quando os Boogarins começaram a alcançar o seu muito merecido sucesso. “6000 Dias” e “Benzin” também soaram melhor que nunca, destacando-se a linha de baixo da segunda, extremamente catchy e agradável. Uma espectacular versão alongada de “Doce”, no encore, marcou o final de um concerto que foi muito bom de uma ponta a outra, sem nenhum momento aborrecido ou cansativo.


Todos os músicos fizeram um trabalho excelente e tocaram de maneira exímia todas as músicas, e não podemos deixar de referir que o vocalista Dinho Almeida é por vezes impressionante de tão bem que a sua voz soa ao vivo. Os Boogarins sabem o que fazem e esperemos que voltem a Portugal em breve. Estamos prontos para mais!


The Sunflowers + Cave Story + Boogarins @ Maus Hábitos, Porto
Texto: Rui Santos
Fotografia: Mário Jader


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