Conan
Revengeance

| Fevereiro 22, 2016 3:00 pm

Revengeance // Napalm Records // janeiro de 2016
8.0/10

Janeiro de 2016 esteve repleto de lançamentos interessantes e diferentes, mas apesar da diversidade, nenhum deixou tantos fãs surdos como o quarto álbum do trio inglês Conan. Depois dos fortíssimos lançamentos de Monnos e de Blood Eagles, eis mais um lançamento para deixar água na boca a todos os fãs de Doom metal, stoner rock e musica drone.

Apesar de terem passado por várias mudanças no núcleo da banda, sendo a mais recente a mudança de baterista (saiu Paul O’Neil, que contribuiu nos dois primeiros álbuns da banda, e entrou Rich Lewis, que introduziu elementos diferentes e inovadores no género, como a utilização de blast beats no tema título deste trabalho), Conan regressam aos álbuns, optando mais uma vez pelos temas épicos sobre guerra e influências de ficção cientifica.
O álbum abre com “Throne of Fire”, que serve como aviso para preparar o ouvinte do que lhe espera, isto é, Conan não perdoa nas suas introduções. Para anunciar a guerra que se aproxima libertam uma fera em cima de uma bateria. É com uma enorme rapidez e ferocidade que somos introduzidos ao novo álbum da banda.

Depois desta faixa os ritmos abrandam, mas nunca o volume. “Thunderhoof” e “Wrath Gauntlet” mostram os riffs lentos e repletos de fuzz que a banda nos tem habituado. A acompanhar o denso som da guitarra temos a sempre fiável secção rítmica da banda, o baixo e a bateria, e a intimidante voz de Jon Davis a contar as suas histórias de guerra como se ele próprio as tivesse assistido. As músicas são lentas mas não chegam ao nível de, por exemplo, Sunn O))) ou Earth, assinando assim cada vez mais uma identidade própria.

Passando esses sons mais lentos e densos chegamos a “Revengeance”, música que partilha o nome com o álbum, e sem dúvida, o elemento que mais se destaca das seis músicas, objectivo e direto. A bateria volta a ser martelada com uma fúria incrível, os riffs continuam a perfurar ouvidos enquanto ouvimos Jon Davis profetizar “We are all nothing/You are nothing/All this is infinite”.


“Every Man is An Enemy”, que possui aquele que é, discutivelmente, um dos melhores nomes para uma música de metal, é uma incrível marcha e um exemplo perfeito do que se esperar desta banda, onde apenas demonstram o quão bem aperfeiçoaram a sua arte e o seu estilo. “Earthenguard” é o ponto final do nosso álbum, tratando-se de uma incrível ode ao Doom Metal, uma poderosa e barulhenta jam de 11 minutos, que em nenhum momento perde o seu foco ou intensidade.

Conan prova mais uma vez neste álbum porque é um alicerce da música extrema e pesada e porque são um nome com cada vez mais importância dentro do seu estilo. Apesar de por vezes pecarem devido à sua previsibilidade, Revengenance é dos álbuns mais pesados que podemos encontrar, mas que nunca perde a noção de qualidade.

Texto: Hugo Geada
FacebookTwitter