Yuck
Stranger Things

| Março 13, 2016 4:52 pm
Stranger Things // Balaclava/ Mamé Records // fevereiro de 2016
6.0/10

Os Yuck estrearam-se em 2011 com o homónimo Yuck que os projetou à escala mundial por ressuscitarem o melhor do indie rock dos anos 90, levando-os a serem comparados com My Bloody Valentine – no primeiro álbum – e Pavement. Em abril de 2013, Daniel Blumberg, o vocalista, co-compositor e guitarrista principal, deixou a banda (tendo posteriormente formado o seu projeto a solo – Hebronix) e Max Bloom, o outro guitarrista e formador da banda, passou a assumir a voz dos Yuck [Ed Hayes entrou na banda como guitarrista]. Em setembro do mesmo ano os Yuck lançaram o segundo disco de estúdio Glow & Behold que, como esperado, não iria fazer jus à estreia, onde a presença do shoegaze se apresentava bem mais afincada e a voz de Blumberg bem mais acertada.

Apesar dos baixos, os londrinos mantiveram-se firmes e cinco anos depois da estreia apresentam o seu terceiro disco de estúdio, Stranger Things. O primeiro single de avanço surgiu já em 2015 com “Hold Me Closer”, uma das músicas que a banda vinha já a apresentar ao vivo; recorde-se que no Indouro Fest houve oportunidade de a ouvir. Em janeiro voltou-se a poder ouvir nova canção, “Hearts In Motion” que antevia mais uns minutos do que seria o resultado final deste novo trabalho. Mês e meio depois e Stranger Strings está cá fora. O problema é que os Yuck definitivamente não são mais o que eram/foram em 2011.




Embora tenham conseguido trazer um álbum bastante coerente, na medida em que apresenta uma conjugação coesa da sonoridade dos dois primeiros álbuns, os Yuck caem no erro da monotonia e o seus singles depressa se tornam aborrecidos. A título de exemplo oiça-se o homónimo “Stranger Things” e “As I Walk Away”: acordes simples, um ritmo constante e jogos de vozes que se tornam facilmente aborrecidos – e nem a aura Strokiana aos três minutos e meio, da primeira música, a safa. 

No entanto há alguns singles bastante interessantes, que ao vivo deverão soar como Peaches & Cream. “I’m Ok” é um bom exemplo, “Yr Face” é outro. Afinal ainda parece haver uma sonoridade repescada do primeiro álbum, que bom. 

Stranger Things é um álbum giro mas cansa se for escutado constantemente. No fundo, a fase do sucesso dos Yuck ainda continua guardada em 2011. Há singles dispensáveis, mas os Yuck conseguem pelo menos manter a música de abertura e de encerramento com um potencial incrível. Se pudesse escolher uma música deste álbum destaco mais uma vez “Yr Face”, single que não deve ser ignorado.


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