Youthless em Entrevista
Youthless em Entrevista
Março 7, 2016 9:50 pm
| Youthless em Entrevista
Março 7, 2016 9:50 pm
| Estivemos à conversa com Alex Klimovitsky que nos falou um pouco sobre o álbum de estreia dos Youthless, This Glorious No Age, que teve o seu lançamento, hoje, dia 7 de março.
Threshold Magazine(TM) – Como se conheceram?
Alex Klimovitsky(AK) – Sab e eu conhecemo-nos
desde os 14 anos, quando andámos juntos no Instituto Espanhol de Lisboa em
Dafundo. Eu cresci em New York, mas tinha também vivido 3 anos em Madrid, e falava
melhor espanhol que português quando cheguei a Lisboa com a minha mãe. E o Sab
nasceu cá, mas numa família inglesa e num ambiente completamente inglês. Como
ele tinha também algumas raízes espanholas, entrou no mesmo liceu… no primeiro
dia de escola, sentámo-nos um ao lado do outro, os únicos camones na escola,
que quase não falavam espanhol mas falavam inglês.
TM – Qual é a origem do
nome “Youthless”?
nome “Youthless”?
AK – Como tocamos juntos em
bandas desde os 14, estávamo-nos a queixar aos nossos amigos que éramos velhos
de mais para estar a fazer outra banda de garage rock tão atlético… por isso,
um amigo disse no gozo que devíamos chamar-nos Youthless…. lembra-me o Danny
Glover no Lethal Weapon, que passa o filme todo a dizer “I’m getting too old
for his sh*t.”
bandas desde os 14, estávamo-nos a queixar aos nossos amigos que éramos velhos
de mais para estar a fazer outra banda de garage rock tão atlético… por isso,
um amigo disse no gozo que devíamos chamar-nos Youthless…. lembra-me o Danny
Glover no Lethal Weapon, que passa o filme todo a dizer “I’m getting too old
for his sh*t.”
TM – O que achas de
comparações entre Youthless e Death From Above 1979?
comparações entre Youthless e Death From Above 1979?
AK – Eu percebo
completamente a comparação, apesar de achar que é um pouco preguiçosa.
completamente a comparação, apesar de achar que é um pouco preguiçosa.
Mas sim, ao início da
banda nós tínhamos um formato pouco comum e muito parecido (agora temos
teclista ao vivo, o que muda tudo bastante) e as primeiras coisas que fizemos
também era uma espécie de garage rock/ trashy dance/ cancões pop… mais porque
eu não sabia tocar bateria e as únicas batidas que conseguia fazer enquanto
cantava eram essas batidas fáceis de “boom bap”. Mas eu acho que agora, com
este LP, o que estamos a fazer é mesmo muito diferente dos DFA 1979, embora se
calhar ainda haja semelhanças por haver um baixo enorme e distorcido.
banda nós tínhamos um formato pouco comum e muito parecido (agora temos
teclista ao vivo, o que muda tudo bastante) e as primeiras coisas que fizemos
também era uma espécie de garage rock/ trashy dance/ cancões pop… mais porque
eu não sabia tocar bateria e as únicas batidas que conseguia fazer enquanto
cantava eram essas batidas fáceis de “boom bap”. Mas eu acho que agora, com
este LP, o que estamos a fazer é mesmo muito diferente dos DFA 1979, embora se
calhar ainda haja semelhanças por haver um baixo enorme e distorcido.
TM – Qual a reacção do público ao vosso regresso (ao vivo e em estúdio)?
AK – Até agora tem sido
fantástico. Tocámos uma série de concertos com um nome falso, só para brincar e
experimentar algumas das novas músicas, e os concertos foram brutais… muito
caos e diversão.
fantástico. Tocámos uma série de concertos com um nome falso, só para brincar e
experimentar algumas das novas músicas, e os concertos foram brutais… muito
caos e diversão.
TM – Como foi o processo de criação de “This Glorious No Age”?
Semelhante ao de “Telemachy” ou mais pensado?
Semelhante ao de “Telemachy” ou mais pensado?
AK – Muito diferente. O
Telemachy também foi um LP conceptual, com história e coisas pensadas e
planeadas mas surgiu tudo super espontaneamente. Fomos para Londres, dormimos
no chão do estúdio do produtor inglês Rory Attwell (Test-icicles, The Vaccines,
Palma Violets) e escrevemos e gravámos tudo numa semana. Este disco agora foi-se
fazendo aos poucos, durante vários anos.
Telemachy também foi um LP conceptual, com história e coisas pensadas e
planeadas mas surgiu tudo super espontaneamente. Fomos para Londres, dormimos
no chão do estúdio do produtor inglês Rory Attwell (Test-icicles, The Vaccines,
Palma Violets) e escrevemos e gravámos tudo numa semana. Este disco agora foi-se
fazendo aos poucos, durante vários anos.
TM – Quais foram as vossas maiores influências para este trabalho?
AK – Para
mim, as maiores influências não são de músicos mas sim de pensadores e escritores.
Pensei muito sobre o Capitalismo como sintoma, não como raiz do problema da
humanidade.. Há muita influência de Marshal Mcluhen, Guy Debord e até
escritores muito contemporâneos como David Graeber e Jaron Lanier.
mim, as maiores influências não são de músicos mas sim de pensadores e escritores.
Pensei muito sobre o Capitalismo como sintoma, não como raiz do problema da
humanidade.. Há muita influência de Marshal Mcluhen, Guy Debord e até
escritores muito contemporâneos como David Graeber e Jaron Lanier.
A nível
de som, varia muito desde os Pink Floyd e Bowie até Jean-Claude Vannier e Randy
Rhoads.
de som, varia muito desde os Pink Floyd e Bowie até Jean-Claude Vannier e Randy
Rhoads.
TM – Como acham que este disco vai ser recebido pela crítica?
AK – Ah ah… não faço ideia…
tentamos não pensar nesse aspeto das coisas. Fazemos o que sentimos e o que nos
interessa no momento e depois continuamos em frente para a próxima coisa.
tentamos não pensar nesse aspeto das coisas. Fazemos o que sentimos e o que nos
interessa no momento e depois continuamos em frente para a próxima coisa.
TM – Têm alguma música, que fizeram durante o vosso hiato forçado, que ficou fora
do álbum?
do álbum?
AK- Já temos músicas novas,
uma até já gravámos no estúdio de Sab para um próximo trabalho. Mas estas foram
todas escritas depois deste LP estar gravado… como o processo de mistura,
masterização e preparação do lançamento demorou quase 2 anos, tivémos tempo
para fazer mais coisas. Mas as músicas do LP são todas as que escrevemos e
planeámos na altura… não houve escolha de músicas para ficar dentro ou fora
do LP.
uma até já gravámos no estúdio de Sab para um próximo trabalho. Mas estas foram
todas escritas depois deste LP estar gravado… como o processo de mistura,
masterização e preparação do lançamento demorou quase 2 anos, tivémos tempo
para fazer mais coisas. Mas as músicas do LP são todas as que escrevemos e
planeámos na altura… não houve escolha de músicas para ficar dentro ou fora
do LP.
TM – Irão apresentar o vosso álbum fora de Portugal?
AK – Sim, já temos um tour
no UK organizada pela nossa editora inglesa que também vai lançar o LP lá.
no UK organizada pela nossa editora inglesa que também vai lançar o LP lá.
TM – O que acham dos hipsters?
AK – Não sei exatamente o que
é um hipster em termos culturais ou estética. O que penso quando ouço essa
palavra, no fundo, é um consumidor. Alguém para quem a moda, a arte, a
informação, são mercadorias. E isso põe-me triste porque se perde a função e impacto das
coisas. No fundo, acho que nos estamos todos a tornar mais e mais hipsters e
consumidores de cultura, por causa do ambiente em que as coisas são transmitidas,
e há que lutar com toda a força que temos para manter algo de vivo e precioso nas coisas.
é um hipster em termos culturais ou estética. O que penso quando ouço essa
palavra, no fundo, é um consumidor. Alguém para quem a moda, a arte, a
informação, são mercadorias. E isso põe-me triste porque se perde a função e impacto das
coisas. No fundo, acho que nos estamos todos a tornar mais e mais hipsters e
consumidores de cultura, por causa do ambiente em que as coisas são transmitidas,
e há que lutar com toda a força que temos para manter algo de vivo e precioso nas coisas.
TM – O que têm ouvido nas
últimas semanas?
últimas semanas?