
Tendo-se graduado em pintura e mestrado em ilustração, o primeiro disco não oficial de Marissa Nadler foi gravado em 2002 sob o nome de Autumn Rose. Para além deste disco, houve outros materiais que nunca foram editados. A Eclipse Records foi a primeira editora a lançar os trabalhos de Nadler através dos primeiros discos Ballads of Living and Dying (2004) e The Saga of Mayflower May (2005). Entre 2005 e 2012 Marissa editou mais seis álbuns de forma independente e outros três em formato oficial. Dois anos depois de July (2014), disco que assinala o primeiro lançamento pelos selos Bella Union e Sacred Bones Records, Marissa Nadler regressa agora com Strangers, sétimo disco de estúdio. Produzido por Randal Dunn (Sun O))), Earth, Black Mountain), este novo trabalho de estúdio apresenta uma sonoridade mais resistente face à apresentada anteriormente.
Quanto a Strangers é um álbum que se foca na guitarra clássica, usando como acessórios sintetizadores, violinos, o piano e como projeção fundamental a voz de Marissa. “Divers of the Dust” mostra esta influência do estilo gótico no seu resultado, através de uma lírica existencialista: “How did we end up here and how did we meet?“. “Katie I Know”, mais um avanço deste novo trabalho, denota mais uma vez a produção afincada e, apesar de manter os seus vocais sonhadores e inconfundíveis, há já uma distanciação que se nota face ao produzido anteriormente, e ao trabalhado agora. Além da bela “All The Colors Of The Dark”, outra música a merecer destaque é “Hungry Is The Ghost”, há uma aposta nos sons sintetizados e uma atmosfera com um quê de Youth Lagoon em Wondrous Bughouse.
Marissa Nadler amadureceu, e com esse crescimento interpessoal também o seu trabalho artístico tem acompanhado algumas mudanças – o que é bom – dado que estas são notadas de forma positiva e mostram uma não estagnação como artista musical. Strangers é um álbum muito bonito e cheio de uma grandiosidade sonora na sua aura: um álbum a guardar na lista dos melhores do ano.