Song of the Rose // Thrill Jockey // março de 2017
7.0/10
Experiência é algo que não se compra, adquire-se. Conseguir que uma pausa tenha um impacto maior que um riff monstruoso é de louvar. A entrada no álbum dos Arbouretrum, paciente, serve como uma analepse para analisar os últimos anos de vida da banda. Depois de um prolífico período (2007-2013) onde lançaram sete álbuns, seguiu-se um silêncio que durou quatro anos.
A pausa foi quebrada com a musica “Call Upon the Fire”, faixa introdutória que irrompe com uns belos acordes da guitarra acústica de Dave Heumann, que sem demora solta a sua sábia voz, com a calma de quem tem muitas histórias para contar e bastante tempo para o fazer (esta é a musica mais longa do álbum). Sem grandes pressas e com um melódico solo a acompanhar, apesar da distorção do fuzz, estes quatro homens de Baltimore lançam as cartas para cima da mesa.
Em “Comanche Moon”, “Absolution Song” ou “Dirt Trails” cresce a sensação de que nos sentamos em torno de uma fogueira enquanto Dave veste a capa de contador de histórias. A guitarra acústica, repleta de influências folk, apenas ajuda a este cenário. Contudo, a restante secção rítmica não é esquecida, complementando-se numa só incrível música. O galopar do baixo de Corey Allender é quase tão hipnotizante como um encantador de cobras, a bateria de Brian Carey, embora sem grandes alaridos, mantém a música unida e a fazer sentido e as teclas de Matthew Pierce ajudam a criar um ambiente mais profundo.
A pausa foi quebrada com a musica “Call Upon the Fire”, faixa introdutória que irrompe com uns belos acordes da guitarra acústica de Dave Heumann, que sem demora solta a sua sábia voz, com a calma de quem tem muitas histórias para contar e bastante tempo para o fazer (esta é a musica mais longa do álbum). Sem grandes pressas e com um melódico solo a acompanhar, apesar da distorção do fuzz, estes quatro homens de Baltimore lançam as cartas para cima da mesa.
Em “Comanche Moon”, “Absolution Song” ou “Dirt Trails” cresce a sensação de que nos sentamos em torno de uma fogueira enquanto Dave veste a capa de contador de histórias. A guitarra acústica, repleta de influências folk, apenas ajuda a este cenário. Contudo, a restante secção rítmica não é esquecida, complementando-se numa só incrível música. O galopar do baixo de Corey Allender é quase tão hipnotizante como um encantador de cobras, a bateria de Brian Carey, embora sem grandes alaridos, mantém a música unida e a fazer sentido e as teclas de Matthew Pierce ajudam a criar um ambiente mais profundo.
Esta viagem chega a um pique do seu clímax em “Fall From an Eyrie” naquela que foi a minha preferida do álbum. Com o ritmo a aumentar e a emotiva voz a invocar um sentimento de aventura, levando o leitor também à sensação de estar em queda livre (a tradução de Eyrie para português é ninho de águia ou falcão). Esta culmina com um avassalador solo de guitarra repleto de reverb e overdrive.
Depois da transição de “Mind Awake, Body Asleep”, chegamos à ultima faixa do álbum, “Woke Up on the Move”. Esta mais uma vez é movida pelo dedilhar da guitarra e pelo vocalista em modo narrador. Construída de forma paciente, camada por camada, até o fuzz ser ligado e a banda soltar uma espécie de “o nosso hiato acabou, estamos prontos para fazer barulho outra vez”.
Embora como álbum apenas a construção das músicas seja semelhante, estas funcionam melhor isoladas. Talvez seja por isso que algumas acabam por cair no esquecimento e, hipoteticamente, sejam deixadas de fora no alinhamento dos concertos futuros, pois existem músicas mais fortes na discografia da banda. No entanto, encontramos em Song of the Rose momentos muito fortes e ecléticos dentro do género, podendo-se afirmar que a espera de quatro anos valeu a pena e os Arbouretum estão de volta com mais grandes malhas.
Depois da transição de “Mind Awake, Body Asleep”, chegamos à ultima faixa do álbum, “Woke Up on the Move”. Esta mais uma vez é movida pelo dedilhar da guitarra e pelo vocalista em modo narrador. Construída de forma paciente, camada por camada, até o fuzz ser ligado e a banda soltar uma espécie de “o nosso hiato acabou, estamos prontos para fazer barulho outra vez”.
Embora como álbum apenas a construção das músicas seja semelhante, estas funcionam melhor isoladas. Talvez seja por isso que algumas acabam por cair no esquecimento e, hipoteticamente, sejam deixadas de fora no alinhamento dos concertos futuros, pois existem músicas mais fortes na discografia da banda. No entanto, encontramos em Song of the Rose momentos muito fortes e ecléticos dentro do género, podendo-se afirmar que a espera de quatro anos valeu a pena e os Arbouretum estão de volta com mais grandes malhas.
Texto de Hugo Geada