Surma em entrevista: “Antwerpen é um disco muito de pormenor e muito de “quarto” “
Surma em entrevista: “Antwerpen é um disco muito de pormenor e muito de “quarto” “
Surma em entrevista: “Antwerpen é um disco muito de pormenor e muito de “quarto” “
© Sal Nunkachov |
Depois de nos últimos tempos ter vindo a criar um hype tamanho dentro dos novos projectos do panorama musical português, Surma, projeto a solo e alter-ego da artista leiriense Débora Umbelino, editou no passado dia 13 o seu álbum de estreia, Antwerpen, pela também conceituada editora leiriense Omnichord Records.
Threshold Magazine (TM) – Como descreves a tua sonoridade?
Surma – Nunca sei responder muito bem a esta pergunta! De uma maneira geral não gosto de labelizar o género de música que um artista compõe. É a imaginação dele com a interpretação de cada um. Costumo dizer que são variados estilos misturados num só, dando o género “estranho” (risos). Costumo abstrair-me completamente de tudo quando vou compor, tentando fazer uma coisa um pouco fora da caixa (o que é difícil hoje em dia, já está tudo descoberto).
TM – Sabemos que a Islândia sempre foi uma grande influência na tua vida, desde a adolescência. Porquê este fascínio tão grande pelas terras frias e intimistas dos países nórdicos?
Surma – Não sei bem dar uma razão assim específica da obsessão que ganhei por toda a cultura dos países nórdicos. Foi através de um trabalho para a escola, na altura, que acabei por ir dar a um site que me levou aos países nórdicos, em que o principal da página era a Islândia! Fiquei automaticamente estupefacta com todas aquelas imagens e com tudo o que se estava a passar com aquele ambiente único. Foi a partir dos meus 14 anos que sempre tive o sonho e a obsessão por estes países! São únicos, só tendo a experiência pessoal é que se sente o quão especial são.
TM – Que expetativas tens em relação ao lançamento do teu disco de estreia?
Surma – Costumo ter sempre os pés muito bem assentes na terra. Não gosto de ter muitas expectativas em relação ao futuro, nem sou uma pessoa muito ambiciosa. O meu principal objectivo, neste momento, é tocar em todo o lado e que o álbum chegue às pessoas e que estas gostem do meu trabalho e que se identifiquem comigo. É esse o meu principal objectivo para agora.
TM – Podemos considerar Anterwerpen essencialmente um disco eletrónico e experimental?
Surma – Podemos dizer que sim, mas acima de tudo é um disco muito de pormenor e muito de “quarto”. Desde o início em que entrei em estúdio com a Casota Collective que quisemos dar um ar lo-fi e de “quarto”ao álbum. Podemos dizer que é um disco muito acolhedor que liga muito a ruídos de pormenor e de detalhes!
Surma – Está a ser complicado em reproduzir tudo ao vivo! Andamos em fase de experimentações e a ver como será mais fácil de tocar todas as coisas live. Acho que a estrada nos vai dar bastante “calo” para vermos o que está e o que não está a funcionar. Espero que resolvamos (risos).
TM – Existe alguma razão para que os títulos das músicas apresentem línguas diferentes entre si?
Surma – Desde o início de composição que quis fazer um disco do Mundo. Não me fechar num determinado género musical nem numa determinada língua. Por isso é que decidi não dar letras às músicas deixando a interpretação a cada pessoa. Vai do Islandês ao Africanêr. Quis criar uma ligação muito própria entre a Surma e as pessoas. Este disco foi feito para todos vós.
TM – Tens alguma música favorita em Antwerpen? A nossa é “Nyika”.
Surma – Ahah sim. Essa dá para abanar bem o capacete (risos). Não consigo dizer que tenho uma favorita do disco, todas elas me são muito queridas de uma maneira muito diferente. Mas tenho uma que me é um pouco mais especial que é a “Begrenset”! Não sei porquê, mas sinto-a de uma maneira diferente.
TM – Como é que a Surma tem tanto amor para dar?