Time For T em entrevista:”Por vezes exploramos certos sons ou arranjos até ao ponto de loucura”
Time For T em entrevista:”Por vezes exploramos certos sons ou arranjos até ao ponto de loucura”
Outubro 3, 2017 7:22 pm
| Time For T em entrevista:”Por vezes exploramos certos sons ou arranjos até ao ponto de loucura”
Outubro 3, 2017 7:22 pm
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Os Time for T são um projeto fundado em Brighton por Tiago Saga, jovem de herança britânica, libanesa e espanhola que cresceu na Califórnia portuguesa – como o próprio apelida o Algarve. Editaram no passado dia 22 o sucessor do seu álbum homónimo (2015), Hoping Something Anything, com o selo da Last Train Records. A banda atua no Musicbox no próximo sábado, 7 de outubro, e nós estivemos à convera com o Tiago Saga.
Threshold Magazine (TM) – Como é que se conheceram e formaram os Time for T?
Time for T – Time for T nasceu como um projecto a solo quando fui estudar de Portugal para Brighton, Inglaterra. Fui fazendo amigos em bandas e acabei por ‘roubar’ todos os melhores membros das várias bandas e começámos uma ‘super banda’ por assim dizer.
TM – Como caraterizam a vossa sonoridade? A nosso ver achamos que deixa as pessoas bastante alegres.
Time for T – Nós gostamos de pôr o pessoal alegre, especialmente nos concertos ao vivo. No fundo, as canções até falam de tópicos tristes mas tentamos camuflar essa seriedade com boa disposição musical e emocional em palco. Acho que tocamos uma mistura de géneros que achamos funcionar juntos. Acabamos por nos caracterizar como Tropical Psych Rock.
TM – O que vos influenciou a compor Hoping Something Anything? Alguma artista, filme ou livre em especial?
Time for T – Acho que a maior influência neste disco foi uma viajem à Índia no princípio de 2016. Viagens em geral sempre foram uma grande fonte de inspiração. Há certos álbuns e artistas que ouvimos e que talvez subconscientemente nos influenciaram: Caetano Veloso, The War on Drugs, Jorge Ben, Beach House e Patrick Watson.
TM – Como se sentiram ao produzirem o próprio disco?
Time for T – Sentimo-nos completamente livres mas ao mesmo tempo perdidos pois o mundo sonoro não tem limites. Por vezes exploramos certos sons ou arranjos até ao ponto de loucura. Acho que, por fim, conseguimos um trabalho unido mas ecléctico – um desafio que sempre estará presente na nossa música.
TM – Tem alguma história por detrás da capa meio cósmica de Hoping Something Anything?
Time for T – Quando falei do título do álbum com a artista Kim Schaedlich, ela disse logo que imaginava um enorme buraco para simbolizar ‘o nada’ ou o ‘vazio’. Nós gostámos dessa ideia pois conecta bem com o espírito deste disco, vem de um sítio natural e claro, gostamos de coisas cósmicas!
TM – Sentem que alguma coisa mudou dos outros trabalhos para este?
Time for T – Sim, este trabalho é muito mais maduro e foi concebido com muito mais atenção comparando com os nossos outros trabalhos. Não foi apenas gravar 13 canções e juntá-las, foi um processo de ver como podiam crescer lado a lado e como este disco podia funcionar como um trabalho em si.
TM – Podem-nos contar sobre a vossa aventura em Ronda?
Time for T – Foi um concerto de última hora num festival de vinho. Convidaram-nos para tocar pois tínhamos uns amigos de Madrid, Club del Rio, que iriam tocar lá também. Não tínhamos expectativas nenhumas mas acabámos por nos apaixonar completamente pela vila e pelas pessoas. Agora voltamos todos os anos e as pessoas conhecem-nos e cantam as nossas cancões ao vivo. A cidade parece uma cidade dos Elfos no Senhores dos Anéis. Vista magnífica e um espírito muito inspirador. Ernest Hemingway e Orson Welles são alguns dos artistas que lá residiram e trabalharam.
TM – Onde se sentem melhor recebidos, Reino Unido ou Portugal?
Time for T – Pergunta difícil! Depende muito do evento mas geralmente Portugal tem mais ‘fome musical’ então acaba por ser um concerto mais apreciado por parte do público. Ao mesmo tempo, já tivemos momentos incríveis a tocar em grandes Festivais Ingleses como Green Man e Shambala.
TM – O que andam a ouvir nas últimas semanas?
Time for T – Andamos a ouvir o novo álbum dos Grizzly Bear, Painted Ruins, Forca Bruta do Jorge Ben e o disco magnífico do Patrick Watson, Love songs for Robots.