As 20 revelações nacionais de 2017
As 20 revelações nacionais de 2017
Dezembro 29, 2017 10:25 pm
| As 20 revelações nacionais de 2017
Dezembro 29, 2017 10:25 pm
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Estamos a umas meras horas de 2018 e, como não podia deixar de ser, a nossa redação apresenta mais uma vez os projetos nacionais que despontaram este ano e nos fizeram vibrar.
Sem uma ordem definida, temporal ou qualitativa, segue abaixo a lista das vinte bandas/artistas nacionais que marcaram o presente ano com os seus primeiros trabalhos e prometem vingar num futuro próximo no panorama musical.
Um // LP
Gabriel Salgado é a cara por trás de Ana, projeto que editou este ano um EP, Abril, logo em janeiro, e o seu álbum de estreia, Um, em novembro com o selo da Planalto Records. Notou-se uma clara evolução na sonoridade do artista, agora mais maduro e reflexivo, sempre com os loops de guitarra em destaque. Um é um trabalho completamente instrumental e que nos deixa completamente “perdidos” nas suas paisagens sonoras.
Bardino // EP
Os Bardino são um coletivo nortenho que aposta nas sonoridades psicadélicas em pleno 2017. Mas não se enganem com esta descrição tão usual nos dias que correm, pois o quarteto prefere mergulhar na rara tranquilidade introspectiva e escapista do psicadelismo antigo, em vez de recorrerem aos tão aborrecidos riffs. Alicerçados na herança do rock progressivo e suas variantes tingidas a funk e jazz-fusão, os Bardino editaram em outubro o seu EP de estreia homónimo com o selo da ZigurArtists.
Viagem // LP
CAIO é o projecto que dá voz a João Santos, artista a solo lisboeta com uma “construção inspirada sobretudo no romance em que se pode transformar a vida”. Com uma sonoridade a fazer lembrar Elliott Smith, João Santos não precisa mais do que a sua voz e guitarra para exprimir os seus sentimentos. Sentimentos esses que estão expressos no seu último álbum de estúdio, Viagem, editado em maio via French Sisters Experience.
Cat Soup // LP
Os Cat Soup são uma banda de pós-rock e rock instrumental do Porto. Após a edição de um conjunto de demos e de alguns concertos, o quarteto apresentou o seu álbum de estreia homónimo, acompanhado de um EP, Cosmic Sans. Sim, ainda há espaço para o rock melódico em 2017 e estes rapazes fazem-no muito bem, como se pode comprovar logo na faixa introdutória de Cat Soup, “Sunshower”.
DJ Lycox
Sonhos & Pesadelos // LP
A fervilhante cena musical luso-africana da lisboeta Príncipe já não passa despercebida a ninguém, e a crítica internacional que o diga. Nomes como DJ Marfox, DJ Firmeza e Nídia (que lançou em junho o fabuloso Nídia é má, Nídia é fudida) encontram-se na dianteira de um dos movimentos culturais mais progressistas e refrescantes do momento, aliando música de dança a sonoridades influenciadas pela cultura africana que vão do kuduro à tarraxinha. A juntar-se a estes está também DJ Lycox, que nos surpreendeu este ano com o viciante Sonhos & Pesadelos. Na sua estreia nos longas-duração, DJ Lycox traz um descomplexado disco rico em melodias contagiantes e ecléticas que peca apenas pela curta duração das suas faixas (à exceção de “Solteiro”, nenhum dos temas ultrapassa os 4 minutos). São 27 minutos (33 na versão digital) de um disco que desejamos que nunca acabe.
Golden Flora // LP
De Setúbal para o mundo surge Funcionário com o seu mais recente Golden Flora. Um álbum que irá despertar curiosidade até ao menos curioso dado a sua enorme apacidade exploratória a nível musical. Com influências na IDM de Aphex Twin até a um acid techno que nos poderá levar até Detroit ou mesmo aos primeiros trabalhos de Panda Bear, Golden Flora é um álbum com quebras e subidas, como a tensão ou a respiração humana, e com uma banda sonora muito semelhante aos jogos de consola. P.S.: O produtor editou em dezembro um novo álbum pela Rotten Fresh, 2222.
Os Anjos Também Cantam // LP
Galo Cant’Às Duas é um projeto de Gonçalo Alegre e Hugo Cardoso. De Viseu para o mundo, espalham o space rock, o pós-rock e até jazz fusão improvisada, tudo de modo muito atmosférico. Mas a sua música é muito mais que rótulos e editaram em março o seu primeiro registo discográfico, Os Anjos Também Cantam, com o selo da Blitz Records & Sony Music Entertainment. “Marcha dos Que Voam” e “Respira” são os dois temas que mais se destacam neste disco de estreia.
Platronic // LP
Se procuram por novos projetos no panorama português e por acaso até são fãs de música eletrónica, então experimentem ingressar pelas ondas sonoras de Platronic, o disco de estreia do trio lisboeta GNU VAI NU. Através de uma filosofia muito Do It Yourself, que engloba desde a composição até ao mix final, a banda apresenta um disco completamente instrumental e dotado de uma electrónica com certos traços minimalistas. Composto por seis faixas, nesta estreia sobressaem ao ouvido sobretudo os singles “Tangerine Tree” e “Skeletons in the 5th Floor”.
Hitchpop // LP
O trio portuense Hitchpop (composto por alguns dos talentos mais prementes da cena rock e jazz da cidade do Porto, reunindo João Guimarães, Marcos Caveleiro e Miguel Ramos) editou em outubro o seu primeiro longa-duração homónimo. Para aqueles que se quiserem iniciar em Hitchpop, comecem pelo malhão de jazz fusion “Alcalino”, que reflete as problemáticas da poluição, numa sociedade pós-industrial. O melhor é mesmo ouvirem as 10 faixas que se estendem ao longo de 40 minutos.
Surface // EP
Holoscene 85′ é o projeto a solo de Francisco Oliveira, músico do Porto que editou este ano o seu EP de estreia, Surface. Composto por cinco músicas, este disco combina música eletrónica que se situa entre o ambiente e o IDM. Se em certos momentos é pouco rítmico e foca-se principalmente em criar um ambiente envolvente e atmosférico, noutros a percussão eletrónica entra em ação e a música torna-se quase dançável. Se são fãs de Boards of Canada, passem por aqui.
Oitavo Mar // EP
Jasmim é o alter-ego de Martim Braz Teixeira, teclista dos Mighty Sands, e editou em abril pela Spring Toast Records um dos EPs que mais prazer nos deu ouvir. Oitavo Mar é constituído por cinco temas graciosos e melódicos, com claro destaque para o tema que dá nome a este EP e “Caio”. Tantos os elementos sonoros (os arranjos de flauta transversal combinam muito bem) como as encantadoras letras de Jasmim são dotadas de epicidade. Nós também queremos morar no Oitavo Mar.
Ribamar // EP
Os Môno! são um quinteto de jovens que vem dos arredores de Lisboa. Apesar de já terem editado o seu primeiro EP homónimo em 2015 de um modo muito lo-fi, foi este ano que os Môno! mostraram o seu verdadeiro valor com Ribamar. Editado em março pela French Sistes Experience, este EP apresenta-nos seis faixas cantadas em português onde a pop, o rock, o stoner, o psicadélico e o experimentalismo andam de mãos dadas.
Fahrenheit 91 // EP
Moreno Ácido, como é conhecido nas pistas de dança do norte ao sul, é o alter ego carregado por Mário Vinagre que neste verão nos apresentou Fahrenheit 91. Um EP que com apenas 5 músicas nos consegue mostrar o que faz mexer e dançar tanta gente. É com ” high” que se revela um artista que merece reconhecimento para além night life, para além noites do techno e afters. Com Fahrenheit 91 leva-nos ao extremo, convencendo-nos que a electrónica e o seu namoro com o ambient estão aí para dar e vender.
Above The Trees // LP
A cantautora Nadia Schilling é natural das Caldas da Rainha e em novembro editou o seu primeiro longa-duranção, Above The Trees. Gravado ao longo de dois anos o álbum contou com a participação de vários músicos e convidados e reflete o período tumultuoso vivido por Nádia após a morte da sua mãe. Com referências da folk, rock e jazz as melodias de Above The Trees trazem como influências artistas como Beck, Nico, Elliott Smith, Cat Power, Fiona Apple, Nick Cave, Chet Baker entre outros.
Os P A L M I E R S são um trio instrumental composto por Gabriel Costa, Ricardo Prado e Tito Sousa. Juntos desde setembro de 2016, e com base no Porto, unem forças para criar loops frenéticos de guitarra, synths espaciais e batidas dançantes, que nos transportam para um universo muito próprio, com sonoridades que vão desde o space rock ao dream pop e, fortemente, influenciadas pela cena do tropical noise.
Juventude Coxa // LP
Os Panado são um power trio lisboeta que editou em 2017 o seu álbum de estreia, Juventude Coxa, com produção de Claúdio Fernandes (PISTA). Ao longo das oito faixas que compõem este álbum, podemos ouvir krautrock, psicadelismo e riffs influenciados pelo garage rock, sem que em nenhum momento a música perca espontaneidade. Em poucas palavras, os Panado representam a faceta mais enérgica e eletrizante do rock nacional e é obrigatório assistirem a um dos seus vibrantes concertos.
QUADRA // EP
Os QUADRA são um quarteto bracarense nascido no final de 2016. Editaram este ano o EP de estreia homónimo, composto por cinco canções intensas, diversas e que representam a luta do ser humano em encontrar uma meta, aceitando a impossibilidade de obter a total concretização dos seus desejos como ser humano e músico. De uma forma geral a fórmula aplicada pelos QUADRA nas suas composições passa pelo electronic post-rock e math rock aplicados à improvisação e criatividade musical, apontando aos Tortoise, Battles, entre outros.
Os RLGNS são um trio lisboeta formado por Medley, Escumalha e Débora, que reúne ex-elementos dos Treehouses 2290. Editaram em outubro CDC01, composto por duas faixas gravadas ao vivo na Casa da Cultural de Setúbal. Tanto em “Madeleine Elster” como em “Karōshi” a banda apresenta uma exploração atmosférica nos campos da dream-pop e chill-step, sendo que o primeiro apresenta um ritmo mais acelerado comparativamente a “Karōshi”. Ambas as faixas são dedicadas às pessoas que possuam algum tipo de doença mental.
The Nancy Spungen X // LP
The Nancy Spungen X é o resultado da união das seis personalidades da linda princesa Nancy Spungen numa banda de rock’n’roll e a única forma destas coabitarem entre si, no mesmo espaço físico e temporal. Estas personalidades tão díspares entre si constroem ao longo de 17 canções um álbum de estreia bastante criativo, editado pela Bisnaga Records em novembro, com elementos igualmente divergentes que conjugam samples aliados ao som super marcante do saxofone, com uma vibe de guitarras e baixo a flutuar nos campos do surf-rock altamente dançável.
VEENHO // EP
Os VEENHO são uma banda de garage rock lisboeta. No mês passado editaram o seu segundo EP VEEENHO pela Xita Records, onde o quarteto belenense invoca os sons da costa oeste dos Estados Unidos, misturando a sonoridade dos FIDLAR com a beleza do brasileiro Lê Almeida. Se gostam de dias de verão ensolarados, cerveja barata e distorção lo-fi, então vieram ao sítio certo.