Quando Alex Edkins (guitarra e vocais), Chris Slorach (baixista) e Hayden Menzies (baterista) decidiram formar os METZ em 2008, mal sabiam eles o sucesso que iriam ter pelos fãs da face mais agressiva e brutal do punk rock. Muitas vezes comparados com nomes como The Jesus Lizard e Drive Like Jehu, o trio canadiano apresentou-se ao mundo com METZ. O álbum de nome homónimo foi lançado em 2012 pela lendária Sub Pop Records, e desde aí começaram a ser o foco das atenções pelas altas autoridades da imprensa musical. Eles chegaram e rebentaram imediatamente com os padrões do que definia um bom álbum de punk rock no século XXI. Na verdade é difícil destacar músicas neste álbum. Talvez “Get Off” e “Wasted” se sobressaiam em METZ, o que seria injusto dizer devido à consistência com que eles se apresentaram ao mundo neste registo.
(Uns longos) 3 anos depois, veio o segundo registo da banda canadiana. Produzido novamente por Graham Walsh dos Holy Fuck, II é talvez o álbum mais agressivo e feroz dos METZ até hoje. O que é evidente logo na primeira faixa “Acetate”. Um malhão que começa com uma poderosa linha de baixo, onde se juntam a guitarra distorcida de Alex Edkins e a bateria destruidora de Hayden Menzies. “The Swimmer” e “Landfill” são dois dos pontos altos do álbum, mas é em “Nervous System” que se chega ao pico de brutalidade em II. Oiçam por vocês próprios e verão o que falamos.
Diz-se que o terceiro álbum costuma ser o mais difícil para todas as bandas, principalmente depois do legado que os METZ deixaram com os seus dois primeiros registos. Agora produzidos por Steve Albini (Shellac), o trio canadiano editou Strange Peace em setembro de 2017, o seu último álbum de estúdio. Daqui resulta uma mistura da sonoridade dos primeiros dois álbuns, com uma agressividade mais trabalhada e melódica do que em II. A qualidade continua sempre presente, tomando como exemplo músicas como “Cellophane” e “Drained Lake”, dois malhões tremendos que devem furar ouvidos ao vivo. “Caterpillar” e “Sink” são as duas músicas que ficam um bocado de parte neste álbum, onde não se percebe bem a intenção dos METZ com elas. Ao tentarem fugir da sua sonoridade habitual acabaram por ser demasiado experimentais, mas no final, isto acaba por não estragar o resto de Strange Peace. “Raw Materials” fecha este disco com a faixa mais longa que o trio canadiano alguma vez compôs. Fazer uma boa música de punk rock com 6 minutos não é nada fácil, está ao alcance de muitos poucos, mas eles também não são uma banda qualquer.
Os METZ vão passar por Portugal em dose dupla a meio deste mês, nos dias 17 e 18 de abril no Musicbox (Lisboa) e Hard Club (Porto) respectivamente, onde vão começar a sua tour europeia para Strange Peace. Não os percam, a sério.