As noites mais emocionantes do Sabotage Club
As noites mais emocionantes do Sabotage Club
As noites mais emocionantes do Sabotage Club
Messer Chups
Já perdi a conta dos concertos que vi no Sabotage Club, e na
verdade foi difícil escolher os meus concertos favoritos neste espaço. Mas um
deles sem dúvida nenhuma, foi o último concerto dos King Khan & BBQ Show em
Lisboa. Foi há mais de um ano que King Khan e Mark Sultan entraram em palco,
com as suas típicas fantasias bondage, para dar começo a uma noite de puro rock
n’roll. O ambiente era de festa e a banda ia respondendo na melhor maneira. Nos
intervalos das músicas, os dois membros de King Khan & BBQ Show iam
conversando com os presentes, sempre simpáticos e com muito bom humor à
mistura. Os presentes dançavam, e o Sabotage ia ao rubro quando King Khan se
aventurava pelo público, a tocar na sua guitarra com toda a dedicação possível.
A banda passou um pouco por toda a sua discografia, tocando músicas como “Love
You So” e “I’ll Be Loving You”. Havendo espaço ainda para um cover de Johnny
Thunders, “You Can’t Put Your Arms Around a Memory”, em tributo a um amigo da
banda que falecera. No final do concerto, depois de um encore encorajado pelo
público, a banda americana abandonou o palco decerto felizes pela festa ali
realizada.
O Sabotage Club é sempre associado ao rock n’ roll e não é à
toa que nestes cincos anos atuaram lá as bandas mais ruidosas e entusiasmantes
do rock. No entanto, há alturas em que a eletricidade é vencida pela acalmia e
introspeção do acústico. Falando dos melhores momentos que passei neste clube
do Cais do Sodré, recuemos até abril de 2017, quando Emma Ruth Rundle visitou a
sala lisboeta para apresentar Marked for Death (2016) e Some Heavy Oceans
(2014), tendo também passado pelo Porto e Vila Real. Completamente sozinha em
palco, proporcionou-nos ao longo de uma hora momentos prazerosos nos domínios
da folk e do etéreo, sendo inevitáveis as comparações com Chelsea Wolfe. Numa
sala completamente lotada, o público soube estar em silêncio (algo raro nos
dias que correm) e isso ajudou a que se ouvisse a sua voz perfeita. Delicada,
tímida, mas muito simpática, Emma encheu os corações de quem se deslocou ao
Sabotage nessa noite.
Lisboa, mas nenhum concerto me marcou tanto como aquela aparição do Rolando
Bruno no dia 13 de maio de 2017, quando Portugal se fez grande, num dia de
festejos um pouco por todo o país. Essa foi uma daquelas noites de coração ao
peito e, na altura, aconteceu do voo do Rolando Bruno se ter atrasado por causa
do mau tempo, pelo que, até à hora da sua entrada pela porta principal foi
aquele momento do “será que vai mesmo acontecer?” E aconteceu! Mesmo em cima da
hora e num soundcheck de cinco minutos feito em cima do joelho o Rolando Bruno
deu um daqueles concertos que vai ficar para sempre na memória dos que
festejaram o futebol, a eurovisão e a vinda do papa dentro do espaço Sabotage
Club. Houve comboinhos, danças entre público, grandes risos, abraços e sei lá,
ouviram-se muitos aplausos e foi um ambiente de festa com o público altamente
pronto para dar tudo e suar até a festa acabar. Para uma pessoa fora da cena
musical que é abordada pelo Rolando Bruno, como é o meu caso, foi definitivamente o melhor 13 de
maio do país e um dos melhores concertos que lá vi(vi).