7 ao mês com Imploding Stars

7 ao mês com Imploding Stars

| Maio 30, 2018 11:11 pm

7 ao mês com Imploding Stars

| Maio 30, 2018 11:11 pm



O 7 ao mês é uma rubrica que veio para ficar no seio da Threshold Magazine, mantendo-nos sempre a par daquilo que os artistas e promotores andam a ouvir e que pode, ou não, servir de influência nos seus trabalhos . Nesta 4ª edição temos as escolhas de Imploding Stars, quinteto nacional de post-rock que editou a 18 de maio o seu segundo álbum de estúdio, Riverine.



Madrepaz – Santa Clara e a Laranjeira da Zebra Madura (2017)


Apesar de todo o álbum estar fabuloso, esta música é bastante especial pela inteligência na gestão das dinâmicas. Introdução com uma sonoridade calma e exótica, que lança o resto da música para uma fluidez bastante colorida, com uma quantidade de repetições certeira, assim como os altos e baixos do resto da parte instrumental, que nos levam numa viagem suave e turbulenta em simultâneo. Tem um riff de baixo que é bastante marcante, que acaba por ficar na cabeça.



Fleetwood Mac – The Chain (1977)



Esta música tem uma composição muito quadrada, muito simples, mas difícil de dissecar. O andar pesado inicial, com a batida praticamente inalterada, treme o chão de madeira e cria uma ânsia, um desconforto e uma energia que nos prende e nos angústia pelo sentimento. Esta música durará por muitos anos.



Rodrigo Amarante – Nada Em Vão (2013)



Elegância, tempo e texturas. Texturas na elegância do tempo. Movimento lento para a frente que vai sendo preenchido pela banda. Uma pedra, um arbusto, uma fotografia antiga, um quadro muito bem desenhado com salpicos de cor, aparentemente desleixado ou feito de forma simplista. Só conseguimos transmitir ideias de uma forma simples e positiva quando temos o profundo domínio da técnica e do conteúdo.



We Lost The Sea – A Gallant Gentleman (2015)



Música com instrumental bonito, com uma melodia melodia de ficar na cabeça, com coros para fechar os olhos e deixar levar. Nós identificamo-nos muito com este tipo de viagem.



Kiasmos – Held (2015)




É uma melodia ótima para acompanhar uma viagem de carro, muito introspectiva, nostálgica. Um quase post-eletrónico cheio de essência que tanto caracteriza os Kiasmos.



Everything Everything – Cough Cough (2012)

Resume tudo o que eu amamos na música: frescura, imprevisibilidade, musicalmente e liricamente interessantíssima e com um groove fora de série, principalmente no pack baixo & bateria.



Fausto – Como Um sonho Acordado (1982)

A anatomia desta música tem uma progressão bastante peculiar: começa bastante linear, sobe um pouco, volta abaixo, mas seguidamente volta a ganhar força e temos um crescendo rítmico e melódico até ao fim, com um aumento progressivo de instrumentos e coros. Este crescendo é, sem dúvida, o ponto mais forte desta música. Toda a escolha de instrumentos e coros e a sua distribuição pela música são feitos com uma perícia e sensibilidade extremamente elevada. Este tipo de composição influencia-nos bastante neste tipo de decisões estruturais das músicas.
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