Moon Duo em entrevista: “Deixas um pouco de ti no local onde gravas as músicas e leva-lo contigo”

Moon Duo em entrevista: “Deixas um pouco de ti no local onde gravas as músicas e leva-lo contigo”

| Março 24, 2019 10:56 pm

Moon Duo em entrevista: “Deixas um pouco de ti no local onde gravas as músicas e leva-lo contigo”

| Março 24, 2019 10:56 pm
© Andrea Venturini
Depois da entrevista com Jacco Gardner, desta vez a Threshold Magazine esteve à conversa com uma das mais influentes bandas do movimento neo-psicadélico, Moon Duo. Para além de revelarem que estão atualmente em Portugal a misturar o seu mais recente álbum, falaram com bastante entusiasmo sobre a oportunidade de irem atuar aos Açores no Festival Tremor.

Threshold Magazine (TM) – Os Moon Duo conhecem muito bem Portugal, não só por já terem atuado em diversos palcos portugueses, mas também gravaram o vosso último EP em Portugal. Qual é a vossa ligação com este pais?

Moon Duo (MD) – É engraçado mencionarem isso, porque estamos atualmente em Portugal a misturar o nosso mais recente álbum com o Peter Kember. Os nossos caminhos já se tinham cruzado algumas vezes com o passar dos anos e tínhamos falado sobre gravar algo juntos. As estrelas alinharam-se quando estávamos a gravar o single “Jukebox Babe”, que foi gravado num ótimo estúdio perto de Sintra, o Black Sheep. Foi uma experiência excelente e, por isso, agora estamos de volta.


TM – É justo dizer que os Moon Duo têm uma ligação profunda com Portugal?

MD – Nós achamos que demora algum tempo até formarmos uma relação profunda, e talvez ainda não tenhamos chegado a esse nível, mas é justo dizer que Portugal é como um íman para nós e estamos sempre à procura de oportunidades para vir aqui trabalhar. Tem sido uma dádiva poder fazer estes álbuns aqui. Eu acho que tu deixas um pouco de ti no local onde gravas as tuas músicas e levas contigo um bocado desse local.

TM – Estão entusiasmados por ir aos Açores? Já tinham ouvido falar desta ilha antes?

MD – Sim, estamos bastante entusiasmados. Já conhecíamos os Açores, mas apenas começámos a ouvir falar através de bandas que já tinham tocado no Tremor e de pessoas que tinham ido lá. Todos falam da beleza das ilhas. Além disso, alguém nos disse que os Açores eram os últimos restos de uma ilha da Atlântida. Não sei se essa informação veio de uma fonte segura, mas é muito tentador de qualquer maneira.

TM – Para quem não vos conhece, o que é que podem esperar dos vossos concertos?


MD – Algo que temos sempre nos nossos concertos é um forte elemento visual. Nós tentamos criar um ambiente de forma a proporcionar um espaço onde as pessoas se possam perder um bocado, seja para dançarem, para entrarem em transe ou para fazer aquilo que estão a sentir. Existe muita repetição na nossa música e nós trabalhamos com um projecionista brilhante, Emmanuel Biard, que vai estar connosco no Tremor. Ele é um feiticeiro com as luzes.


TM – O Tremor é conhecido por se aproveitar do ambiente que rodeia os concertos para proporcionar uma experiência única à sua audiência. Têm alguma coisa especial preparada para este concerto?

MD – Nós vamos lançar um álbum novo este outono e estamos a trabalhar com o Emmanuel numa nova versão do nosso espetáculo ao vivo, por isso vamos experiementar algumas coisas inéditas no Tremor. Estamos bastante empolgados por partilhar um espaço tão especial com esta audiência.

TM – E material novo? Têm alguma surpresa para os vossos fãs neste concerto?

MD – Sim! Mas ainda não sabemos quantas ao certo, mas de certeza que algumas músicas vão ser tocadas pela primeira vez.

TM – Já tiveram oportunidade de espreitar o cartaz? Se sim, estão curiosos para ver alguma atuação em especifico?

MD – Somos amigos de longa data dos Cave e gostamos sempre de ver os seus concertos. Também estamos muito curiosos por ir ver Lula Pena e o Colin Stetson.







O Tremor regressa a São Miguel, entre os dias 9 e 13 de Abril, para a sua sexta edição, voltando a apostar na criação de uma rota de actividades que, partindo da música, propõe a descoberta da natureza, das tradições e da comunidade local. Colin Stetson, Jacco Gardner, Pop Dell’Arte, Bulimundo, Haley Heynderickx, Grails, Lafawndah, Vive la Void, Hailu Mergia e ZA! são apenas alguns dos artistas que vão passar pela ilha açoriana. Para mais informações consultem o site do festival. 



Entrevista por: Hugo Geada
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