Foreign Poetry em entrevista: “O processo para este disco foi muito espontâneo”

Foreign Poetry em entrevista: “O processo para este disco foi muito espontâneo”

| Outubro 8, 2019 12:42 am

Foreign Poetry em entrevista: “O processo para este disco foi muito espontâneo”

| Outubro 8, 2019 12:42 am



Os Foreign Poetry são Danny Geffin e Moritz Kerschbaumer. Danny é inglês, Moritz austríaco e ambos tocam vários instrumentos e escrevem canções. Conheceram-se em Londres, durante o verão de 2011, quando tocavam em projetos diferentes mas cruzaram -se na mesma noite no The Ritzy, em Brixton – Moritz com Luís Nunes, mais conhecido por (Walter) Benjamin e Danny como metade dos Geffin Brothers.
Grace and Error on the Edge of Now é o nome do segundo disco dos Foreign Poetry, editado no dia 20 de setembro via Pataca Discos. Um disco com sonoridade a lembrar rock-psicadélico sem rock nem psicadelia – mais próximo de folk ou anti-pop. Com referências como Arthur Russell, The National, Lambchop e Future Islands, há diferentes estilos ao longo do álbum, assim como diferentes universos temáticos, somando-se numa meditação sobre a conexão espiritual.

A Threshold Magazine esteve à conversa com o duo multi-nacional sobre as suas influências musicais, o novo álbum e o processo criativo por detrás de Foreing Poetry.

De onde veio o nome Foreign Poetry? Qual é a história por trás do projeto?

Foreign Poetry – Nós conhecemo-nos há muito tempo e tocámos noutras bandas juntos. A música surgiu através da escrita em conjunto sem planos, cresceu e está a crescer naturalmente. O nome surgiu enquanto estávamos em Portugal, tínhamos uma lista de nomes e esse destacou-se para nós.

Em relação à composição, podem-nos dizer como funciona o vosso processo de gravação? O que vos inspira na sala de ensaios?


Foreign Poetry – O processo para este disco foi muito espontâneo, o Moritz felizmente tem o seu próprio estúdio, o que nos permitiu passar lá um tempo sem ter que olhar para o relógio. Escrevemos e a gravámos quase em simultâneo, o Danny às vezes gravava os vocais na casa dele em Brighton, então era uma mistura entre estar no estúdio a escrever juntos e a trabalhar nas músicas individualmente. Quando viemos a Portugal, usámos o Studio 15A durante uma semana, onde gravámos principalmente bateria com o António Dias, Luís e o Danny e também algumas guitarras, teclas e percussões.

Grace and Error On the Edge of Now é o vosso álbum de estreia como Foreign Poetry. Sobre o que fala e quais são as suas principais influências?


Foreign Poetry – Grace and Error On the Edge of Now foi feito numa época em que vivíamos em extremos, um dos quais era focar muita atenção no processo criativo. Conversávamos muito até altas horas da noite sobre o que sentíamos ser importante para nós e como encarávamos assuntos como política, amizades, amor e todas as coisas que estavam nas nossas cabeças. Foi um momento em que nos conhecemos melhor e estamos ansiosos para mostrar isso no próximo álbum, que provavelmente será um processo muito diferente, já que as nossas vidas mudaram tanto desde então. O título descreve esse momento da nossa vida. Os extremos, a alegria e os erros.

Porquê a longa espera entre os singles “Sparks” e “MHL” (2018) e o lançamento de Grace and Error On the Edge of Now (20 de setembro de 2019)?

Foreign Poetry – Tivemos um início muito rápido e estávamos extremamente empolgados e entusiasmados. Mesmo que nada disso tenha morrido, fizemos umas jogadas erradas e tivemos que adiar as coisas. Foi difícil ficar com um disco finalizado por tanto tempo, mas às vezes as coisas boas demoram mais e a aprendizagem para nós foi enorme.



Como foi trabalhar com Luis Nunes (Benjamin)?

Foreign Poetry – Conhecemos o Luís há 10 anos e trabalhámos com ele desde então em várias coisas. Para este disco, ele veio ter connosco um dia quando estávamos em Lisboa para tocar bateria em algumas músicas, e fomos ao ‘submarino’ dele em constante evolução por alguns dias, para dar mais um tratamento de mixagem e obter um par extra de orelhas no disco.



Que lembranças têm da vossa estadia no Alentejo?

Foreign Poetry – O Danny nunca esteve no Alentejo e o Moritz foi para lá de férias uma vez e gostou bastante.

Voces são um projeto oriundo de Londres, no entanto, decidiram lançar um álbum pela editora portuguesa Pataca Discos. Como isso aconteceu? Vocês são admiradores de outros projetos e bandas da Pataca?

Foreign Poetry – A ligação Pataca veio através do Luís, quando ele se apresentava como Walter Benjamin, o Moritz tocou teclas para ele e chegou a ir a Portugal para dar uns concertos, onde conheceu o JP, o proprietário da gravadora. Mostramos-lhe em agosto no que estávamos a trabalhar e ele adorou. Nós admiramos muito Bruno Pernadas, Tape Junk, Benjamim, YCWCB e todos os outros projetos que giram na família Pataca.



Como foi tocar no NOS Primavera Sound em 2018?

Foreign Poetry – Foi uma sensação incrível. Recebemos uma receção calorosa da equipa e do público do festival.

Que músicas têm ouvido repetidamente nas últimas semanas?

Foreign PoetrySpiritualized – “I Think I’m In Love”; His Golden Messenger – “Devotion”; Jonwayne – “Jumpshot”; Jonathan Wilson – “Ballad of the Pines”.



Entrevista: Rui Gameiro e Tiago Farinha
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