Das estreias em território nacional de Injury Reserve e Lido Pimienta à inauguração das Noites de Verãocom a instalação conjunta de Bjørn Torske e DJ Nigga Fox, a Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, propõem um múltiplo e ambicioso roteiro para a época estival que se avizinha.
É precisamente com os primeiros que arranca o programa regular de música: os Injury Reserve, grupo do Arizona que se move entre as margens do hip hop, apresenta-se no aquário da sala lisboeta, dia 1 de julho, para um espetáculo único no país de apresentação do mais recente álbum By the Time I Get to Phoenix, uma das mais arrojadas obras fabricadas em 2021 cujo “toque distinto e desconstruído” nasceu a partir de um set que Parker Corey, produtor da banda, improvisou durante uma atuação em Estocolmo. O álbum, que sucede a estreia homónima de 2019, recebeu aclamação universal e conquistou a 11ª posição na lista de melhores do ano do canal The Needle Drop, do crítico norte-americano Anthony Fantano, um dos primeiros grandes embaixadores do grupo que avaliou o disco com um generoso (mas justo) 9/10.
No dia seguinte, a 2 de julho, João Almeida apresenta POCUS, o novo trio liderado pelo trompetista português com Gonçalo Almeida e João Lobo. Também nesse dia, mas em Setúbal, na Casa da Cultura, Maria Reis apresenta o novíssimo Benefício da Dúvida, sucessor de A Flor da Urtiga, a convite da ZDB.
De 5 a 7 de julho, a ZDB acolhe nas suas instalações a peça O Nosso Pão, desenvolvida por Bjørn Torske e Dj Nigga Fox para difusão em sistema Ambisonics e que assinala o arranque das Noites de Verão, que regressam a Lisboa entre os meses de julho e setembro (Pink Siifu, Beatrice Dillon e Cookie Jane são alguns dos nomes divulgados pela Filho Único esta quarta-feira).
REBE, uma das mais promissoras artistas do movimento DIY de Espanha, é mais uma das estreias que a ZDB levará até a Lisboa no dia 8 de julho. A “princesa do lo-fi” traz consigo os retalhos de quarto do mais recente Recuerdos de cuando me aplastó una roca y me morí, de 2019, para uma noite que terá na luz de ben yosei a primeira parte. No dia seguinte, Pedro Melo Alves dá continuação ao ciclo Conundrum, no qual o baterista partilha palco com artistas que admira e com quem nunca teve a oportunidade de atuar antes — a cantora-compositora Sara Serpa é a terceira de um total de seis encontros marcados até ao fim do ano.
Antes de se apresentar no Teatro Municipal de Vila do Conde, a propósito da 30ª edição do Curtas Vila do Conde, onde dará expressão sonora às imagens de Stan Brakhage, Steve Gunn regressa à casa que o acolheu pela última vez em 2019 com o seu 21º álbum de carreira, Other You, bem como uma mão cheia de reinterpretações do mesmo reúnidas no mais recente EP Nakama. Inóspita, o projeto a solo de Inês Matos, assegura a primeira parte.
A 20 de julho, a ZDB é palco para um dos grandes fenómenos da nova pop latina: Lido Pimienta, vencedora do Polaris Music Prize de 2017, assina a sua estreia em terras lusas com o mais recente álbum Miss Colombia, magnífica obra que cruza as tradições colombianas da cumbia e do bullerengue com uma avançada produção pop de cariz eletrónico. O disco, que aterrou no início de 2020, foi imediatamente aclamado como uma das mais admiráveis obras desse ano, alcançando posições privilegiadas nas listas de melhores do ano da Crack, NPR e Paste Magazine. No dia seguinte, a artista colombiana ascende até ao palco do M.Ou.Co, no Porto.
O último fim-de-semana é reservado aos tropicalismos synth do venezuelando Molero, dia 27 de julho, e às palpitações jazz do quarteto Zíngaro / Vicente / Stadhouders / Trilla, dia 28 de julho.
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