Fading Frontier // 4AD // outubro de 2015
7.0/10
Dois anos depois do controverso Monomania os Deerhunter regressam agora aos discos de estúdio com Fading Frontier, o seu sétimo trabalho desde a formação em 2001. Conhecidos pela sua habitual sonoridade punk ambient, característica nos primeiros trabalhos, os Deerhunter sofreram uma evolução até a atualidade que pôs em risco a identidade sonora da banda de Atlanta. Tendo apresentado-se inicialmente numa personalidade mais agressiva, para esconder eventuais inseguranças foi, após conquistarem uma multidão considerável, que os Deerhunter se despiram dos amplificadores do punk-rock para escreverem composições mais complexas e ingressarem numa veia mais dream pop, verificada posteriormente naquele que é o grande clássico Halcyon Digest (2010). Monomania, por sua vez, já não foi tão bem recebido; marcou uma renovada fase da banda onde novas ideias, na composição e estética da música, bem como a mudança de produtor e baixista tiveram uma certa influência. O resultado, um som mais agressivo e a trazer em lembranças Turn It Up Faggot(2005).
Talvez por isso Fading Frontier tenha surgido como uma esperança para um bom futuro nos próximos discos dos Deerhunter. Apresentado por “Snakeskin”, uma das músicas mais fracas deste longa duração, a banda de Bradford Cox, além da exploração dos sub-genéros do rock, punk e shoegaze, mostrava ali um caminho para o funk e um hit extremamente banal para as pistas de dança dos dj sets de verão. “Snakeskin” surgiu como primeiro single de avanço, talvez para baixar as expectativas dos habituais ouvintes, ou então, para conquistar territórios novos.
“All The Same”, faixa de abertura deste novo disco, mostra os tão queridos Deerhunter da fase dos clássicos, mais focados nas melodias e texturas que na desarmonia e ruído. “Breaker” e “Duplex Planet” são mais dois bons exemplos dessa preocupação e projetam a confiança daquele que poderá vir a ser um trabalho eficiente. Claro que não são só coisas boas, “Living My Life”, por exemplo, apesar de ser um single bastante característico, por si só, não traz nada de novo a Fading Frontier apresentando apenas uma nova abordagem ao dream pop que já se encontra como traço de personalidade musical da banda. Aliás Fading Frontier é um álbum que se encaixa mais no dream pop que noutro subgénero da discografia da banda. Um exemplo disso é “Take Care” que é trabalhado com mais perfeição e carinho apresentando uma grande inspiração em Wondrous Bughouse de Youth Lagoon.
Houve, no entanto, outros singles que perderam qualquer interesse, apesar de mostrarem algo completamente inédito na discografia dos Deerhunter, como por exemplo “Ad Astra”. Bradford Cox agarrou nos programas de manipulação vocal e rendeu-se às tecnologias que, na maioria das vezes, fazem muitos artistas atingir o seu nível de incompetência. Este foi um dos casos. Estamos em 2015 e ainda ninguém disse aos Deerhunter que o psych rock é uma seca.
Em suma, Fading Frontier resume como na última década os Deerhunter têm influenciado a indústria musical apresentando, mais que qualquer coisa, uma música artística. Claro que há singles menos bem conseguidos, mas no geral Fading Frontier é um álbum recheado de sentimentos nostálgicos e exploração de novos ambientes, apresentando uma banda que não sabe lidar com a estagnação. Esse ponto positivo é a chave para os Deerhunter não produzirem, no presente, um álbum mau, contudo fá-los conterem-se no lançamento de um álbum que seja significante para as listas dos melhores do ano. Não obstante, vale a pena ouvir.
Talvez por isso Fading Frontier tenha surgido como uma esperança para um bom futuro nos próximos discos dos Deerhunter. Apresentado por “Snakeskin”, uma das músicas mais fracas deste longa duração, a banda de Bradford Cox, além da exploração dos sub-genéros do rock, punk e shoegaze, mostrava ali um caminho para o funk e um hit extremamente banal para as pistas de dança dos dj sets de verão. “Snakeskin” surgiu como primeiro single de avanço, talvez para baixar as expectativas dos habituais ouvintes, ou então, para conquistar territórios novos.
“All The Same”, faixa de abertura deste novo disco, mostra os tão queridos Deerhunter da fase dos clássicos, mais focados nas melodias e texturas que na desarmonia e ruído. “Breaker” e “Duplex Planet” são mais dois bons exemplos dessa preocupação e projetam a confiança daquele que poderá vir a ser um trabalho eficiente. Claro que não são só coisas boas, “Living My Life”, por exemplo, apesar de ser um single bastante característico, por si só, não traz nada de novo a Fading Frontier apresentando apenas uma nova abordagem ao dream pop que já se encontra como traço de personalidade musical da banda. Aliás Fading Frontier é um álbum que se encaixa mais no dream pop que noutro subgénero da discografia da banda. Um exemplo disso é “Take Care” que é trabalhado com mais perfeição e carinho apresentando uma grande inspiração em Wondrous Bughouse de Youth Lagoon.
Houve, no entanto, outros singles que perderam qualquer interesse, apesar de mostrarem algo completamente inédito na discografia dos Deerhunter, como por exemplo “Ad Astra”. Bradford Cox agarrou nos programas de manipulação vocal e rendeu-se às tecnologias que, na maioria das vezes, fazem muitos artistas atingir o seu nível de incompetência. Este foi um dos casos. Estamos em 2015 e ainda ninguém disse aos Deerhunter que o psych rock é uma seca.
Em suma, Fading Frontier resume como na última década os Deerhunter têm influenciado a indústria musical apresentando, mais que qualquer coisa, uma música artística. Claro que há singles menos bem conseguidos, mas no geral Fading Frontier é um álbum recheado de sentimentos nostálgicos e exploração de novos ambientes, apresentando uma banda que não sabe lidar com a estagnação. Esse ponto positivo é a chave para os Deerhunter não produzirem, no presente, um álbum mau, contudo fá-los conterem-se no lançamento de um álbum que seja significante para as listas dos melhores do ano. Não obstante, vale a pena ouvir.