Astrodome // Ya Ya Yeah // novembro de 2015
7.0/10
Formados em 2014 e depois de se mostrarem com uma das bandas revelação desse ano para a TM, os Astrodome estão agora de regresso com o primeiro longa duração, homónimo, que conta com a regravação de três singles da demo editada o ano passado e com outros três singles inéditos num total de seis canções com uma duração aproximada de 70 minutos. Numa sonoridade rotulada de heavy psych o quarteto portuense apresenta nesta estreia uma exploração muito afincada da conjugação do som resultante de “baixo-bateria-guitarras” à sonoridade independente de cada instrumento, conduzindo o ouvinte a uma viagem tropical (ouvir “Coronation”). No entanto, no geral, Astrodome não apresenta um elemento inovador na sua sonoridade limitando-se a explorar o stoner rock à semelhança de uns Colour Haze e/ou Stoned Jesus. Apesar do anteriormente referido é de denotar a presença de construções bastante interessantes e próprias, nomeadamente em “Through the Black Hole”, do minuto 2.52 ao minuto 5.30. Um disco expectável mas não previsível.
Sónia Felizardo
Rui Santos
7.0/10
O duo de Nashville, JEFF The Brotherhood, traz-nos este mês
um álbum que é uma verdadeira trip de
ácidos.
um álbum que é uma verdadeira trip de
ácidos.
Após largarem side-projects, decidem então lançar Global Chakra Rhythms, um álbum que
mistura influências tanto de psych rock, krautrock e fuzz rock. Começa-se o álbum com uma faixa que por momentos nos faz
lembrar ritmos de outros tempos, a faixa “Global Chakra Rhythms” é o
alinhamento dos chakras para uma longa viagem, com travessias por “Deep Space
Bound On The Edge of Reality” uma malha tremenda, em que podemos fechar os
olhos e imaginar a grandiosidade do universo ou até ficar pelo deserto com
“Pillars of Creation”. Como primeiro álbum, ainda vemos que muito pode melhorar mas
vemos também que os irmãos de Nashville encaixam como uma luva dentro do psicadélico.
mistura influências tanto de psych rock, krautrock e fuzz rock. Começa-se o álbum com uma faixa que por momentos nos faz
lembrar ritmos de outros tempos, a faixa “Global Chakra Rhythms” é o
alinhamento dos chakras para uma longa viagem, com travessias por “Deep Space
Bound On The Edge of Reality” uma malha tremenda, em que podemos fechar os
olhos e imaginar a grandiosidade do universo ou até ficar pelo deserto com
“Pillars of Creation”. Como primeiro álbum, ainda vemos que muito pode melhorar mas
vemos também que os irmãos de Nashville encaixam como uma luva dentro do psicadélico.
Duarte Fortuna
8.4/10
2814 é um duo formado em 2014 por t e l e p a t h テレパシー能力者 e Hong Kong Express,
este último um dos fundadores da editora Dream
Catalogue. 新しい日の誕生, o seu segundo álbum, é a banda sonora ideal para uma noite
chuvosa numa cidade futurista de um universo cyberpunk. As músicas são uma
mistura excelente de música ambiente com vaporwave, onde as repetições e as
várias camadas de sons criam uma atmosfera muito agradável que combina
perfeitamente com a capa do disco. Canções como “真実の恋” e “恢复” são duas das melhores de um conjunto de
oito, onde a sonoridade se mantém muito coerente do início ao fim, mas sem
se tornar repetitiva. 新しい日の誕生 é provavelmente um dos melhores discos de vaporwave já lançados, e é, sem dúvida, um dos álbuns mais interessantes de 2015.
este último um dos fundadores da editora Dream
Catalogue. 新しい日の誕生, o seu segundo álbum, é a banda sonora ideal para uma noite
chuvosa numa cidade futurista de um universo cyberpunk. As músicas são uma
mistura excelente de música ambiente com vaporwave, onde as repetições e as
várias camadas de sons criam uma atmosfera muito agradável que combina
perfeitamente com a capa do disco. Canções como “真実の恋” e “恢复” são duas das melhores de um conjunto de
oito, onde a sonoridade se mantém muito coerente do início ao fim, mas sem
se tornar repetitiva. 新しい日の誕生 é provavelmente um dos melhores discos de vaporwave já lançados, e é, sem dúvida, um dos álbuns mais interessantes de 2015.
Rui Santos
7.5/10
Grainy Detours é o projecto a solo de Miguel Almeida, guitarrista e vocalista dos Eat Bear, que, no passado mês de Outubro, se estreou com Demonstrated, um EP que, tal como o nome indica, é um conjunto de demos. O disco começa com “Blood Shifter”, uma faixa em que a guitarra tem um papel essencial e é a mais dançável deste EP. Segue-se “Long Legs Don’t Always Make You Tall” um título que facilmente pertenceria a uma música do Noiserv mas que nada tem a ver com este artista, uma música bastante energética e com um refrão muito catchy que fica na cabeça durante vários dias, sendo provavelmente o melhor tema deste registo. “Bring The Roars Back To You” é a música que mais se assemelha a Eat Bear não só no instrumental mas também nos vocais. O EP termina com “Barely Hills”, um tema que passa um pouco despercebido por não ser tão bom como os anteriores. Demonstrated é um bom EP que, apesar de transmitir uma boa impressão sobre este projecto, peca por ser curto. Com isto, Miguel, marca o seu lugar na música e deixa-nos à espera de mais.
Francisco Lobo de Ávila
Wiped Out!// Columbia //outubro de 2015
Wiped Out!// Columbia //outubro de 2015
9.0/10
Depois de trinta literais segundos de silêncio, o quinteto californiano liderado por Jesse Rutherford começa o seu segundo álbum de longa duração com “Prey”, demonstrando logo de início que os temas explorados pela banda continuam os mesmos; depressão, ansiedade, dúvida e a difícil transição de adolescente para jovem adulto. No entanto, com as próximas canções, é claro que o som do grupo mudou significativamente, com as influências hip-hop e R&B do vocalista a mostrarem-se claramente em temas como “R.I.P 2 My Youth”, “Ferrari” ou “Wiped Out!”, o que define The Neighbourhood como mais do que uma banda de rock alternativo. A melancolia característica da banda, e especialmente deste álbum, torna-o o perfeito soundtrack para uma tarde chuvosa de domingo. Apesar de não existir nenhum hit como “Sweater Weather” presente em Wiped Out!, este não deixa de ser um trabalho extremamente bem produzido, muito consistente e com letras bastante interessantes que por vezes chegam levemente ao mórbido, especialmente na última faixa do álbum. Um projeto muito bem conseguido onde a banda parece finalmente encontrar o seu som, quase uma espécie de Lana Del Rey com qualidade e menos “Daddy Issues”.
Márcia Boaventura