
// fevereiro de 2018
gigantesca maioria dos casos, envolver uma tentativa de criar um nicho próprio mas
ainda com uma certa dose de clichés derivados dos géneros explorados. Os Conjurer, através de Mire, são certamente uma das excepções a
esta afirmação. Formado em 2014, o quarteto britânico composto por Dan Nightingale (vocais, guitarra), Brady Deeprose (vocais, guitarra), Jan Krause (bateria, e ex-teclista dos
titãs do funeral doom Esoteric) e Andy Price (baixo) apresenta influências de sub-géneros do metal como black, death, sludge, prog e até de post-metal mas consegue produzir uma sonoridade bastante original e
matura.
burburinho no seu país de origem, mesmo quando apenas tinha um EP editado (I, em 2016), através das suas explosivas
atuações ao vivo, onde têm vindo a tocar todos os temas que compõem Mire há já algum tempo, e sendo imediatamente
comparados a grupos como os The Ocean,
Gojira, Mastodon e Neurosis. Lançado pela Holy Roar Records, Mire é um trabalho
que, ao longo dos seus 44 minutos de duração, demonstra a capacidade da banda em
conjurar composições repletas de riffs
pulverizantes e avassaladores, já bem patentes em I, mas equilibradas com secções lentas e melódicas, e com uma atmosfera
sempre tenebrosa.
“Retch” mantém o ritmo bem
elevado e vai apelar certamente aos fãs de Converge,
seguindo-se “The Mire” com a sua belíssima introdução, que é rapidamente
rasgada pela bateria e riffs demoníacos,
e onde voltamos a ouvir claras influências de black metal. “Of Flesh Weaker Than Ash” volta a demonstrar a facilidade
com que a banda consegue variar o ritmo das suas composições de forma bastante
natural, aproximando-se um pouco da sonoridade post-metal dos Cult of Luna.
O disco termina apropriadamente com o ritmo mais lento de “Hadal”, ainda que sempre com a
presença de uma camada sludge.
idade dos seus membros, torna os Conjurer
na maior revelação da cena britânica de metal
dos últimos anos e não será surpreendente que o lançamento de Mire lhes permita conquistar o resto do globo.